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'The Economist' compara Bolsonaro a Trump e diz que brasileiro "prepara grande mentira"

Em reportagem de capa, revista inglesa afirma que o presidente 'representa uma ameaça à democracia brasileira' e que 'todos os sinais são de que ele vai perder a eleição e dizer que ganhou'

8 set 2022 - 13h20
(atualizado às 18h24)
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Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro
Foto: Adriano Machado

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se tornou capa da revista britânica The Economist divulgada nesta quinta-feira, 8, após promover atos em busca de impulsionamento político no Bicentenário da Independência do Brasil, celebrado nesta quarta-feira, 7.

Na ilustração, Bolsonaro posa de perfil com a faixa presidencial brasileira. Ao fundo, é possível ver a sombra do ex-presidente americano Donald Trump projetada. Em letras garrafais, acima da figura do chefe do Executivo, consta a frase "O homem que seria Trump". Abaixo, em fonte menor, lê-se "Bolsonaro prepara sua Grande Mentira no Brasil".

O título interno da matéria da capa é "Ganhando ou perdendo, Jair Bolsonaro representa uma ameaça à democracia brasileira", junto com o subtítulo "Todos os sinais são de que ele vai perder uma eleição e dizer que ganhou".

"Joe Biden estava falando sobre os Estados Unidos quando alertou, em 1º de setembro, que 'a democracia não pode sobreviver quando um lado acredita que há apenas dois resultados em uma eleição: ou vencem ou foram enganados'", inicia o texto, fazendo alusão a Trump. "Ele poderia muito bem estar falando sobre o Brasil."

"O sistema de votação eletrônica do Brasil é bem administrado e difícil de adulterar. Mas aqui está o problema: Bolsonaro continua dizendo que as pesquisas estão erradas e que ele está a caminho de vencer. Ele continua insinuando, também, que a eleição pode de alguma forma ser manipulada contra ele", diz o excerto, estabelecendo um comparativo entre Bolsonaro e Trump, que adotou comportamento similar nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2020, quando foi derrotado pelo atual presidente Joe Biden.

O pleito estadunidense, contudo, serviu como estopim para o chefe do Executivo brasileiro passar a desacreditar o sistema eleitoral nacional e, principalmente, defender o voto impresso, espelhando os movimentos do ex-presidente americano.

O artigo também aborda a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump em 6 de janeiro de 2021, quando 5 pessoas acabaram mortas. Nas comemorações do Sete de Setembro do ano passado, bolsonaristas invadiram a Esplanada dos Ministérios, que havia sido bloqueada pela Polícia Militar, e demandaram a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o governo do Distrito Federal ordenou reforço da segurança no local a fim de prevenir possíveis ataques.

"Os brasileiros temem que ele [Bolsonaro] possa incitar uma insurreição, talvez como a que a América sofreu quando uma multidão de apoiadores de Donald Trump invadiu o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 - ou talvez até pior", diz a reportagem.

Estadão
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