Vídeo mostra médico coagindo pais de recém-nascido a votarem em Bolsonaro
Deputada estadual do Pará entrou com pedido de investigação administrativa junto ao Conselho Regional de Medicina
A cena de um médico obstetra coagindo os pais de um recém-nascido em Belém, no Pará, a votarem em Jair Bolsonaro (PL) gerou indignação nas redes sociais.
No vídeo, feito pelo próprio médico e compartilhado em seu perfil, no último sábado, 22, e posteriormente deletado, ele associa o dia do nascimento da criança a ela votar em Bolsonaro.
“Eu sou Gael, já nasci 22 e vou votar no Bolsonaro", diz no vídeo enquanto aponta a câmera para o bebê. E prossegue. "Eu vou começar a reclamar aqui no hospital para diferenciar o negócio do pai, eles botam uma roupa vermelha. O doido não vem dizer que vai votar no Lula... Rapaz, tu quer que eu vá embora e nem opere ela”, afirma.
Identificado como Allan Rendeiro, o médico é um engajado apoiador de Jair Bolsonaro e compartilha conteúdos com críticas a Lula, PT e o STF nas redes sociais. Alguns foram sinalizados como falsos pelo próprio Facebook. (Veja no vídeo acima)
Com a repercussão, a deputada estadual eleita Lívia Duarte, do PSOL do Pará, entrou com pedido de investigação administrativa junto ao Conselho Regional de Medicina por assédio eleitoral contra o médico.
"Hoje (25), solicitamos ao MP providências quanto ao caso de assédio moral e eleitoral em ambiente médico. O crime foi praticado pelo médico Allan Henrique Fernandes Rendeiro", afirmou Duarte em mensagem em seu perfil nas redes sociais.
Ao Estadão, o médico afirmou que é amigo da família e que, segundo ele, o vídeo foi editado para simular o suposto assédio.