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Eleitor no Maranhão afirma ter vendido voto por telhas, cimento e madeira: 'Ficaram me ameaçando'

O prefeito eleito Ary Menezes (PP) afirmou, em nota, que "a compra e venda de votos compromete a democracia do pleito e deve ser apurada pela justiça eleitoral", colocando-se à disposição para esclarecimentos

21 out 2024 - 14h59
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Em Nova Olinda do Maranhão, município com pouco mais de 14 mil moradores, a eleição municipal foi marcada por uma das disputas de voto mais apertadas do país. O candidato Ary Menezes (PP) venceu a corrida para prefeito com uma diferença de apenas dois votos sobre sua adversária, Thaymara Amorim (PL).

O lavrador Danilo Santos admitiu que vendeu o voto em troca de telhas, cimento e madeira
O lavrador Danilo Santos admitiu que vendeu o voto em troca de telhas, cimento e madeira
Foto: TV Globo/Reprodução / Perfil Brasil

No entanto, logo após o resultado, surgiram acusações de que eleitores haviam sido comprados para votar no vencedor. Alguns moradores denunciaram ainda que sofreram ameaças e represálias.

Confissão de compra de voto

O lavrador Danilo Santos foi um dos que admitiu ter vendido seu voto. Segundo ele, antes da eleição, foi procurado por representantes da campanha de Ary Menezes.

"Ary Menezes, com Ronildo, Cleo Barros, foram na minha casa, entendeu? Pra gente fechar um compromisso", disse Danilo, mencionando Ronildo da Farmácia (MDB), vice-prefeito eleito, e Clecia Barros (Republicanos), aliada de Ary. Ele contou que os três perguntaram o que ele desejava em troca do voto. "Falei que era 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e a madeira da minha casa. Eles falaram para mim que se fosse só isso, já estava tudo comprado. Que no outro dia era para eu ir buscar lá no galpão", relatou.

Danilo afirmou que, embora tivesse recebido parte do material prometido, não recebeu tudo. Insatisfeito, decidiu não seguir o acordo. Como resultado, ele relatou que, dois dias após a eleição, um caminhão da prefeitura retirou as telhas de sua casa. "Como não me deram o material todo, ficaram me ameaçando", disse.

Além de Danilo, a pescadora Luciane Souza Costa também relatou ter sido ameaçada. Ela afirmou que o marido recebeu dinheiro em troca do voto, mas que ela mesma decidiu não apoiar Ary Menezes nem a vereadora indicada por ele.

Luciane gravou um vídeo que mostra um homem, usando uma camisa com o número do candidato, ameaçando sua família. "Como eu não peguei o dinheiro, foi o meu marido que pegou, e eu postei nos meus 'Status' dando apoio para a minha vereadora, me ameaçaram de morte, eu, meu marido e minhas filhas. Que se a gente não votasse neles, eles iam matar a gente", contou.

Posicionamento dos envolvidos

Em resposta às acusações, o prefeito eleito Ary Menezes afirmou, em nota, que "a compra e venda de votos compromete a democracia do pleito e deve ser apurada pela justiça eleitoral", colocando-se à disposição para esclarecimentos.

Ronildo da Farmácia, vice-prefeito eleito, também negou qualquer envolvimento. "Eu dou a garantia que da minha parte e da parte do Ary, 100% de certeza que não oferecemos dinheiro em troca de votos para ninguém. Fizemos uma campanha limpa, está entendendo?", declarou.

A defesa de Clecia Barros, por sua vez, afirmou em nota que "Clélia não tem conhecimento sobre a captação ilícita de votos apontada na reportagem", acrescentando que a cliente "tem a vida pública pautada por honestidade, sempre respeitando os pilares da democracia".

Perfil Brasil
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