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#Elenão vira movimento de combate a Bolsonaro na internet

Grupo de mulheres criou a hashtag para se opor ao candidato

18 set 2018 - 16h55
(atualizado às 16h56)
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Foto: Ansa - Brasil

A pouco mais de duas semanas para as eleições presidenciais no Brasil, um grupo de mulheres criou o movimento "#Ele Não" nas redes sociais, contra o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que está internado após sofrer uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora, no último dia 6.

Bolsonaro é conhecido por declarações polêmicas sobre negros, mulheres e LGBTs, que motivaram o grupo a criar a hashtag no Facebook, Twitter e Instagram. O movimento já ganhou a adesão de artistas e políticos brasileiros como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o candidato ao Senado, Eduardo Suplicy (PT-SP) e as atrizes Bruna Marquezine, Deborah Secco.

No último sábado (15), a página foi hackeada por um suposto integrante, que alterou o nome do grupo para "Mulheres com Bolsonaro #17". A invasão causou a suspensão temporária do grupo, que registrava 2,5 milhões de membros na ocasião, sendo que todas são mulheres, transexuais ou cisgênero. O novo grupo criado no Facebook no último sábado (15) já alcançou a marca de nove mil membros.

Nesta segunda-feira (17), o candidato a vice-presidente da chapa de Bolsonaro, o general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que famílias compostas somente "pela mãe e a avó" são "fábricas de desajustados" que tendem a "ingressar" no narcotráfico. A declaração motivou posts críticos à fala do militar.

"O desprezo pelas mulheres é uma marca do nazifascismo. Desajustado é esse indivíduo. As mulheres brasileiras estão reagindo fortemente a essas coisas", tuitou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, utilizando a hashtag. "Criminalizar as mulheres que lutam diariamente para manter sua família é uma atitude machista inaceitável", tuitou o candidato ao Senado Eduardo Suplicy, também do PT.

A candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad (PT), Manuela D'Ávila (PCdo B), também aderiu à campanha, publicando uma charge no seu perfil no Twitter com os dizeres "Esse também não", em referência à fala do general Hamilton Mourão (PRTB).

No último dia 11, uma denúncia de racismo contra Bolsonaro foi rejeitada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O candidato disse, em palestra no clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em abril do ano passado, que ao visitar um quilombo, constatou que "o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais".

Em outros trechos de seu discurso, Bolsonaro disse, por exemplo, que "nós não podemos abrir as portas do Brasil para todo mundo", o que na visão da Procuradoria-Geral da República discrimina estrangeiros. As frases "eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher" e "Nós, o povo, a sociedade brasileira, não gostamos de homossexual", incitaram ódio contra mulheres e homossexuais, segundo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Mesmo com a rejeição da denúncia, Bolsonaro é réu em duas ações penais no STF, nas quais é acusado de injúria e de incitação ao estupro, devido a declarações feitas em relação à deputada Maria do Rosário (PT).

O candidato do PSL sofreu uma facada na barriga no último dia 6, durante passeata de campanha e está internado após passar por duas cirurgias no instestino. A recuperação, segundo o filho do candidato, Flávio Bolsonaro, vai tirá-lo da campanha no primeiro turno. Bolsonaro saiu da Unidade de Terapia Intensiva no último domigo (16) e passou a receber cuidados semi-intensivos.

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Ansa - Brasil
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