Enchentes na Espanha mais de 150 mortos, confirmam autoridades
A Espanha enfrenta uma das piores tragédias climáticas dos últimos anos. Ao menos 155 pessoas morreram em enchentes severas, enquanto equipes de resgate buscam por dezenas de desaparecidos. A região de Valência foi a mais atingida, com 92 óbitos confirmados, segundo Angel Victor Torres, ministro de Política Territorial e Memória Democrática. Outras vítimas foram registradas em Castela-La-Mancha e Andaluzia.
Chuvas intensas castigaram o sul e o leste do país na terça-feira (30), com volumes de até 300 mm em poucas horas, segundo a agência meteorológica estatal AEMET. Esta foi a maior precipitação em Valência em 28 anos, deixando um rastro de destruição.
Enchentes causam resgates e caos nas ruas
A situação em Valência é crítica. A maioria das rodovias ficou bloqueada, e carros abandonados foram arrastados pelas águas. Um tribunal na capital regional, também chamada Valência, foi convertido em necrotério temporário devido ao número de vítimas, que pode aumentar, segundo autoridades locais. Em Paiporta, pelo menos 40 pessoas, incluindo seis de uma casa de repouso, perderam a vida, de acordo com a agência EFE, citando a prefeitura.
Vídeos postados por agências de resgate mostram cenas dramáticas: ruas alagadas, veículos capotados e pessoas ilhadas em telhados. Estima-se que 1.200 pessoas ainda estejam presas em uma rodovia na região e cerca de 5.000 veículos seguem bloqueados, conforme informações da Guarda Civil.
Trens e outros serviços públicos foram suspensos na região. Em Málaga, Andaluzia, um britânico de 71 anos faleceu por hipotermia, relatou o prefeito Francisco de la Torre.
Emiliano García-Page, presidente de Castela-La-Mancha, comparou o desastre ao rompimento de uma represa. "Não foi uma chuva torrencial, foi como o rompimento de uma represa", afirmou à emissora nacional espanhola TVE. "As pessoas estavam ligando [para números de emergência] chorando, pedindo ajuda e era quase impossível alcançá-las."
Medidas do Governo espanhol
Após a tragédia, críticas emergiram em relação à demora no envio de alertas de enchentes. A população questiona se uma resposta mais rápida poderia ter evitado parte das mortes e dos danos sofridos. As autoridades regionais afirmam que os recursos e a disposição para enfrentar a crise estavam disponíveis, mas o acesso complicado a certas áreas representou uma barreira significativa durante a emergência.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em visita à região afetada, pediu que a população siga as recomendações dos serviços de emergência e permaneça em segurança em suas residências. No entanto, a resposta governamental continua sob escrutínio à medida que as consequências das inundações são avaliadas.