O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Célio Batalha, credita a queda da produção de 16,3% registrada no mês de junho (quando comparada a maio) ao fato de que maio foi um mês excelente para as montadoras brasileiras - tendo sido o terceiro melhor desempenho mensal da indústria e o melhor mês de maio. Em junho deste ano, foram produzidos 165,5 mil unidades enquanto que em maio, 197,8 mil unidades saíram das montadoras. Até mesmo o racionamento de energia não afetou negativamente a produção, de acordo com Batalha.
"As montadoras tiveram muita criatividade e tomaram medidas drásticas, como apagar as luzes do setor administrativo, das linhas de montagem", lembrou. Ele garantiu que as fábricas brasileiras tiveram sucesso em reduzir o consumo de energia elétrica em 15%, conforme determinava o plano de racionamento do governo.
Questionado se as montadoras não desperdiçavam energia, Batalha afirmou que não. "Estamos trabalhando com medidas drásticas para reduzir o consumo e que estão sendo realizadas por um período determinado. Esperamos que o racionamento termine em novembro, para que as coisas possam voltar ao normal".
Novas metas - A Câmara de Gestão da Crise de Energia estabeleceu metas de consumo para as montadoras Peugeot/Citroem e Honda, e reviu a meta da General Motors (GM). No caso das duas primeiras montadoras, a Câmara estabeleceu limite de consumo porque não estavam em operação em maio, junho e julho do ano passado, base de cálculo para o consumo deste ano.Para a Peugeot, o consumo máximo será 6.000 mW e para a Honda, 1.103 mW.
A GM tinha outra reivindicação. Por estar instalando geradores próprios, que só ficam prontos a partir de setembro, a empresa pediu uma revisão da meta em agosto. A Câmara decidiu que no próximo mês, a GM terá que economizar 10% do seu consumo em vez dos 15 previstos, mas entre setembro e novembro, terá que compensar este acréscimo com geração própria.