O governo estuda a possibilidade de promover a emissão de certificados de energia nova, a ser comercializada em leilões ainda durante o período de racionamento. A afirmação foi feita pelo secretário Estadual de Energia de São Paulo, Mauro Arce, e pelo presidente do Operador Nacional do Sistema (ONS), Mário Santos. O novo mercado servirá para motivar a movimentação de excedentes energéticos, que ainda não estão contratados. Entre eles, energia gerada por usinas eólicas, térmicas tipo merchant e, até mesmo, pelas usinas térmicas embarcadas, que devem ser importadas nos próximos meses como forma de suprir o atual déficit de 4 mil megawatts (MW).
Segundo Mauro Arce, as regras para esses leilões serão definidas em breve. Os certificados de energia nova serão semelhantes aos atuais certificados de Uso de Redução da Meta, utilizados atualmente como papel moeda nos pregões de excedentes realizados pela Asmae/Bovespa. Esses papéis contêm hoje a quantidade de energia que uma indústria pode vender ou comprar, desde que continue dentro da meta de consumo estipulada pelo governo para o racionamento - em média, 20%.
Os leilões, promovidos eletronicamente pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e pela Administradora de Serviços do Mercado Atacadista de Energia (Asmae), foram criados no último dia 25 de junho para a atuação de grandes consumidores de energia (acima de 2,5 MW). O presidente do ONS, Mário Santos, confirmou os estudos sobre os novos leilões e acrescentou que esse mercado será desenhado também para térmicas embarcadas.
O plano de geração elétrica em usinas localizadas em barcaças, contêineres ou caminhões, deve ser anunciado com mais detalhes na próxima terça-feira, adiantou Santos. Nesse dia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá anunciar o lançamento e o funcionamento da comercializadora de energia ser criada pelo governo para comprar os megawatts que serão produzidos por essas térmicas.
Mauro Arce e Mário Santos participaram hoje de manhã de cerimônia para o lançamento oficial da operação da 10ª turbina na usina hidrelétrica Engenheiros Sérgio Motta (Porto Primavera), pertencente ao sistema Cesp-Paraná. O presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), estiveram na sede da usina, entre os municípios de Rosana (SP) e Anaurilândia (MS), no rio Paraná.