O presidente Fernando Henrique Cardoso deu como certo o lançamento da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingú, município de Altamira (PA). A construção da usina deverá ser tema da próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e já provoca polêmica, principalmente quanto a aspectos ambientais. FHC falou que o lançamento será “em breve”, provavelmente ainda neste ano. Ele participou do lançamento oficial da operação da 10ª turbina da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera). Ao enfatizar que o País está cada vez mais longe do apagão, o presidente reiterou o plano de expansão do sistema gerador brasileiro.
Até 2003, mais 7.800 megawatts (MW) seriam agregados ao sistema a partir de matriz hidrelétrica. No mesmo período, são planejados mais 6 mil quilômetros de linhas de transmissão. Fernando Henrique afirmou ainda que, das 23 usinas paradas no início de seu governo, 16 já estão gerando energia e outras 4 serão retomadas em breve.
Na próxima semana, FHC visitará a usina hidrelétrica de Machadinho, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Não é por causa da crise que esses empreendimentos estão sendo feitos. Eles são apenas acelerados”. Ao tentar explicar o motivo da crise energética, ele afirmou que “vamos continuar a privatizar as empresas do setor por razões simples: o governo não tem dinheiro para investir”.
No entanto, o presidente negou que o desabastecimento de energia tenha sido originado pela falta de investimento das geradoras, que continuam sendo estatais. Nos próximos três anos, o Brasil deve estar produzindo 3 mil MW a partir de biomassa. A previsão também foi divulgada pelo presidente.
Ele lançou hoje a nova turbina da usina Sérgio Motta, que pertence ao Sistema Cesp. Sem falar com a imprensa, FHC apenas discursou para convidados e viajou com o secretário das Comunicações, Andrea Matarazzo, e o ministro da Integração Nacional, Ramez Tebet. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também acompanhou o presidente.