O secretário da Fazenda do Paraná e presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Ingo Hubert, anuncia hoje às 17 horas, no Rio de Janeiro, o preço mínimo para a privatização da estatal de energia. Hubert vai protocolar o edital de privatização na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, onde será realizado o leilão, marcado para 31 de outubro, mas só falará sobre o assunto depois que a Bolsa de Valores de São Paulo fechar, para não provocar oscilações nas ações da companhia, tanto na Bovespa quanto na Bolsa de Nova York. O edital será publicado amanhã do Diário Oficial e na quinta-feira em jornais de circulação nacional.
As especulações sobre o preço mínimo ainda correm soltas: enquanto a oposição grita dizendo que a Copel vale "pelo menos" R$ 20 bilhões, o mercado estima o valor de venda entre R$ 8,5 bilhões e R$ 9 bilhões, com base em cálculos considerando o balanço patrimonial da companhia.
A venda da Copel será feita em bloco único, incluindo os setores de geração, transmissão e distribuição de energia, além das participações em outras empresas, como a Sanepar e a Compagás. Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou os termos da privatização e estipulou que o comprador terá que aumentar a capacidade de geração em pelo menos 20% nos próximos dez anos.
No leilão, o governo do Paraná vai vender seus 31,1% do capital total, assim com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém outros 24% da companhia. O resto das ações está em custódia das bolsas de São Paulo e de Nova York. Até agora, empresas estrangeiras demonstraram grande interesse na Copel. Compraram acesso ao data-room a espanhola Endesa; a canadense Hydro Quebec; as americanas AES, Duke Energy e NRG; a italiana Enel Power; a belga Tractbel; a francesa EDF e a alemã RWE.
Entre os grupos brasileiros, o Bradesco, o Camargo Corrêa e o Votorantim também estão no páreo. A Cemig, estatal mineira de energia, chegou a comprar acesso ao data-room, mas comunicou no fim-de-semana a desistência, no que pode ser considerada apenas mais uma provocação do governador mineiro Itamar Franco (PMDB), que chegou a vir ao Paraná há três meses para discursar contra a privatização da Copel.