O coordenador da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), ministro Pedro Parente, disse hoje em Curitiba que as tarifas de energia para o setor industrial devem aumentar. O ministro, no entanto, não detalhou percentuais nem datas. Parente esteve no Paraná para prestigiar a criação da Câmara Técnica de Energia no âmbito do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), reunindo 60 grandes empresas do país, mas, mesmo diante da elite do empresariado, reafirmou que as indústrias pagam menos do que deveriam pela energia consumida.
"Não é justo que se cobre de uma indústria preço inferior ao custo da energia, e isso está acontecendo", afirmou, em entrevista coletiva, quando explicou que não é a favor do reajuste tarifário, mas defende sempre a "menor tarifa possível", que não pode ser obtida de maneira artificial, sob pena de ser mais cara no futuro. "A energia mais cara é aquela que não existe", disse.
Parente afirmou que a questão dos subsídios cruzados, entre outras, privilegia o setor industrial, em detrimento dos consumidores residenciais. "O consumidor residencial paga mais do que deveria e o industrial paga menos", disse o ministro, em palestra na abertura da reunião anual do CEBDS, na qual detalhou o cenário atual da crise de energia e as perspectivas para a resolução "definitiva" do problema.
Os apagões, reafirmou o ministro, estão descartados na Região Sudeste pelo menos até o dia 15 de novembro. No Nordeste, a garantia de energia elétrica vai só até 30 de outubro. Ao apresentar os dados sobre os níveis dos reservatórios, Parente procurou tranqüilizar os empresários, dizendo que a previsão inicial de racionamento para 2002 é de 5%.