Metade do abastecimento de energia do Nordeste poderia ser feito por geradores eólicos, movidos pela força do vento. O que não faltam são investidores interessados no negócio. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recebeu, nos últimos meses, pedidos para instalação de unidades capazes de gerar um total de 3,3 mil MW. Boa parte dos pedidos são de empresários apostando em novas alternativas de geração, diante da crise de energia. O montante de pedidos é suficiente para abastecer uma população de 34 milhões de habitantes e corresponde a 50% do abastecimento do Nordeste. O Brasil dispõe atualmente de apenas três parques eólicos instalados, num total de 27 MW de capacidade de produção.
A maioria dos empreendedores está justamente no Nordeste, região que possui a maior capacidade de exploração de recursos eólicos, com ventos de até 8 metros/segundo. Esta velocidade é considerada ideal para geração de energia, de acordo com especialistas no setor.
A maioria dos pedidos está concentrada nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, num total de 11 empresas. Entre os investidores com pedidos na Aneel, está uma das grandes empresas do setor, a espanhola Iberdrola, controladora das distribuidoras do Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco.
A lista também inclui empresas de origem francesa e alemã.
No Ceará está instalada a primeira (e maior) unidade eólica do país, o Parque Eólico de Beberibe. As outra unidades estão na ilha de Fernando de Noronha (PE) e no interior de Minas Gerais.
Em todo mundo, a energia eólica contribui com cerca de 1% do abastecimento, num total de 13,5 mil MW. Os maiores produtores estão na Europa, principalmente Dinamarca e Alemanha.