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Erdogan afirma que Özil foi vítima de racismo

24 jul 2018 - 11h33
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Presidente turco afirma que deixar seleção alemã foi atitude patriótica e que merece respeito. Para ele, tratamento dispensado ao jogador na Alemanha foi racista e intolerável.O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, apoiou nesta terça-feira (24/07) a decisão do meia Mesut Özil de não jogar mais pela seleção alemã e disse que manifestou seu apoio ao próprio jogador, numa conversa por telefone.

Özil posa para foto ao lado de Erdogan, em Londres
Özil posa para foto ao lado de Erdogan, em Londres
Foto: DW / Deutsche Welle

Erdogan disse admirar a atitude de Özil, que definiu como patriótica, e afirmou que o jogador foi vítima de racismo por causa de sua fé, o que é intolerável. "Esse tipo de atitude racista, especialmente por sua religião, contra um jovem que trabalhou pelo êxito da seleção alemã, não pode ser aceita. Eu beijo os seus olhos", afirmou o presidente turco.

O líder turco também fez menção à polêmica foto que tirou ao lado de Özil. "Eles não conseguem aceitar nossa foto juntos", comentou. Özil e seu então companheiro na seleção Ilkay Gündogan tiraram fotos ao lado de Erdogan poucas semanas antes da Copa do Mundo e em meio à campanha eleitoral na Turquia.

As imagens foram logo divulgadas pelo partido de Erdogan, o AKP, e geraram fortes críticas na Alemanha aos dois jogadores. Segundo os críticos, o apoio dos dois atletas foi dado a um governante cada vez mais autoritário, em franca discordância com os valores democráticos da sociedade alemã.

Özil anunciou neste domingo sua saída da seleção alemã, com a qual foi campeão do mundo em 2014, depois de críticas à sua atuação na Copa de 2018. O jogador acusou principalmente o presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Reinhard Grindel, de incompetência e racismo.

Desde que optou pela seleção alemã, o meia - que nasceu e seu criou em Gelsenkirchen, uma cidade da região carbonífera alemã, e é filho e neto de imigrantes turcos - era apontado como um exemplo de integração bem-sucedida de jovens de origem turca na sociedade alemã. Ele abdicara do seu passaporte turco já em 2007, argumentando que sentia pouca afinidade com a Turquia.

Com a eliminação da Alemanha já na fase de grupos da Copa da Rússia, Özil passou a ser um dos jogadores mais criticados do grupo. Seu encontro com Erdogan, poucas semanas antes da Copa, foi lembrado com frequência. Jogadores disseram que o caso, que causou enorme polêmica, teve efeitos negativos sobre a equipe. Mesmo o presidente da DFB e o diretor esportivo, Oliver Bierhoff, se mostraram críticos quanto à performance de Özil na Copa e ao seu silêncio sobre o encontro com Erdogan.

AS/dpa/efe

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