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Ernesto Araújo exonera Vilalva da presidência da Apex

Saída do chefe do órgão é uma vitória do chanceler em uma disputa travada com 'ala militar'; é a segunda demissão no órgão desde janeiro.

9 abr 2019 - 17h08
(atualizado às 17h23)
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O Itamaraty informou, por meio de nota, que o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Mário Vilalva, foi exonerado do cargo. Na nota, divulgada há pouco, o ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Araújo, anuncia a exoneração que diz fazer parte "do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro". A nota não informa quem será o novo presidente da Apex.

A saída de Vilalva é uma vitória de Ernesto Araújo em uma disputa travada com militares por poder na Apex. Com a exoneração, Vilalva é o segundo presidente da Apex demitido pelo governo Jair Bolsonaro. O primeiro foi Alexandre Carreiro, demitido ainda em janeiro, depois de entrar em conflito com diretores indicados por Araújo.

Vilalva (esq.),Bolsonaro e Ernesto Araújo
Vilalva (esq.),Bolsonaro e Ernesto Araújo
Foto: Divulgação

Em entrevista nesta segunda-feira, 9, ao Estadão/Broadcast, Vilalva classificou como "golpe" a mudança no estatuto do órgão feita pelo ministro Ernesto Araújo, que retirou poderes do presidente da agência e ampliou força de diretores.

"Realmente não compreendo, esse tipo de postura por parte do ministro (Ernesto Araújo), esse tipo de atitude que eu considero mais um golpe, de fazer na calada da noite uma modificação profunda no estatuto para me tirar poderes e dar esse poder para pessoas que não estão preparadas", disse ao Estadão/Broadcast.

Segundo ele, Araújo chegou a oferecer-lhe "postos maravilhosos no exterior" para que deixasse o cargo. "Eu não estou à venda, não estou aqui para amanhã ser comprado", disse.

A crise começou após Vilalva baixar uma portaria em que retirou dos diretores de Negócios, Letícia Catelani, e de Gestão, Márcio Coimbra, ambos indicados por Araújo, o poder de nomear e demitir funcionários. A portaria seria uma retaliação ao fato de Catelani e Coimbra terem se negado a assinar um contrato da agência com uma empresa citada na Operação Lava Jato. Vilalva nega essa versão. Segundo ele, a portaria foi feita após ele "perceber que havia um certo relaxamento em relação a contratação de pessoas".

Estadão
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