Manfred Reyes Villa
Sábado, 30 de junho de 2002
O capitão Manfred Reyes Villa, filho do general Armando Reyes Villa, ex-chefe das Forças Armadas que apoiou o golpe de García Meza na Bolívia, encabeça as intenções de voto na maioria das pesquisas independentes. O militar, que foi assistente do coronel Luis Arce Gómez, ministro do mesmo ditador e condenado à prisão nos Estados Unidos por narcotráfico, licenciou-se em 1989 das forças militares.
Villa empreendeu então uma carreira política que, 12 anos depois, levou-o a obter a candidatura presidencial pela Nova Força Republicana (NFR), de centro-direita. O militar, de 46 anos, empresário do setor imobiliário e com curso de administração de empresas, ganhou quatro eleições e foi prefeito de Cochabamba, a terceira cidade mais importante da Bolívia.
De bigode grosso e pinta de antigo galã do cinema mexicano, Reyes Villa se apresenta ao eleitorado como "um novo político". Com discurso inflamado, mas pouca disposição para debater suas idéias com adversários, o militar já teve 40% de apoio nas pesquisas. Mas sua vantagem sobre o centrista e ex-presidente Gonzalo Sáchez de Lozada, segundo pesquisas, caiu para entre quatro e seis pontos, quando já chegou a ser de 20%.
Duro crítico do neoliberalismo, o "capitão", como é conhecido por seus seguidores, propõe um modelo misto para tirar o país da crise produtiva. "Tanto Estado quanto seja necessário e tanto mercado quanto seja possível", afirma em seu plano de governo. "Não creio que um presidente tenha que ser o Einstein, que saiba tudo. Para isso tem uma equipe que sabe manejar", disse, ao ser criticado como um político de capacidade limitada.
Reuters
|