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Jean-Marie Le Pen

Segunda-feira, 22 de abril de 2002

AP
Le Pen comemora a ida para o segundo turno
Jean-Marie Le Pen, líder da extrema direita francesa, de 73 anos, centra sua campanha na "tolerância zero" contra a insegurança, o fim da imigração e a recuperação da soberania sabotada pela União Européia e pela globalização. Ele diz ser "o único a fazer frente" ao socialismo do primeiro-ministro socialista, Lionel Jospin, e confia na vitória a ponto de convocar os franceses a tornar realidade a "oportunidade histórica" de colocá-lo na Chefia do Estado preparando a festa da vitória no dia 1º de maio, quatro dias antes do segundo turno.

Esta é a quarta candidatura de Le Pen a presidência da República. A diferença desta para outras campanhas é a "moderação". Apesar de continuar defendendo a repatriação de imigrantes e os insultos aos judeus, ele não repetiu teorias como "a desigualdade das raças", chamou de leproso um paciente de aids ou qualificando de "detalhe" da História as câmaras de gás dos nazistas.

Às vésperas das eleições, disse que "socialmente sou de esquerda, economicamente de direita, nacionalmente sou da França", sutentando que não é "extremista" em suas "idéias nem métodos", e centrou seus ataques a Chirac, a quem chamou de "Jospin piorado". Le Pen, chamado por seus amigos de "menir" por sua origem bretã, foi legionário na guerra da Indochina e depois na Argélia, e em 1956 se transformou, como gosta de lembrar, no "deputado mais jovem da França", ao ser eleito em Paris.

Foi deputado europeu e conselheiro regional da região parisiense. Depois de criar a Frente Nacional em 1972, em sua primeira candidatura ao Palácio Eliseu dois anos depois conseguiu um esquelético 0,74%. Nas eleições seguintes (1981), vencidas pelo socialista François Mitterrand, não pôde se candidatar por não conseguir os 500 apadrinhamentos necessários. Respaldado pelos sucessos eleitorais da FN em meados dos 80, foi impulsionado às primeiras filas com 14,38% em 1988. Em 1995, obteve 15%.

Apesar do cresciemento do partido, a FN não tem representantes na Câmara de Deputados, pois o representante eleito em 1997, o prefeito de Toulon Jean-Marie Lhe Chevallier, foi afastado poucos meses depois. A Frente Nacional só conta com cargos eleitorais em nível local e regional (passou de 223 membros nas assembléias regionais, em 1992, para 275, em 1998) e com cinco representantes no Parlamento Europeu, apesar de sua oposição frontal à Europa de Maastricht.

Redação Terra/EFE

   

 
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