Líder do partido israelense de extrema-direita Likud, Ariel Sharon, de 73 anos, obteve um recorde histórico ao vencer a eleição para primeiro-ministro no dia 1º de fevereiro de 2001. Com 25% de diferença sobre seu principal concorrente, Ehud Barak - que tentava a reeleição -, Sharon foi eleito com a maior diferença de votos já registrada no país. Apesar de assumir o poder com o respaldo da grande maioria de eleitores, Sharon deixou os vizinhos árabes bastante inquietos.
General da reserva odiado no mundo árabe, em seu discurso de vitória, Sharon conclamou os palestinos a colocar fim ao levante iniciado em setembro de 2000 e a negociar uma "paz realista". Mas os líderes palestinos reagiram com um profundo pessimismo, prevendo um retrocesso nas negociações de paz. O presidente palestino, Yasser Arafat, disse ter esperanças de que o processo de paz continue, apesar de Sharon ter se recusado a apertar a mão dele.
Sharon assumiu o cargo no início de março, à frente de um governo de coalizão formado por 26 ministros de sete partidos. O bloco governista controla pelo menos 73 das 120 cadeiras do Knesset (parlamento israelense) e liga o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, com os blocos ultra-nacionalistas. Shimon Peres, estadista do Partido Trabalhista e um dos arquitetos dos acordos de paz com os palestinos, é o ministro das Relações Exteriores.