Karol Wojtyla: de Lolek a João Paulo II
Carolina Cimenti/Redação Terra
Antes de completar 34 dias de pontificado, no dia 28 de setembro de 1978, João Paulo I morreu de efarte agudo do miocárdio, segundo o Vaticano. O Conclave que o elegeu havia sido longo, mas já estava na hora de mais um ser feito. Três dias depois, a fumaça branca saía da chaminé ao lado da Capela Sistina, anunciando que o novo pontífice estava escolhido. Todas as previsões dos especialistas fracassaram. Esperavam um italiano, receberam o cardeal polonês Karol Wojtyla, de 58 anos e bom trânsito entre os bispos.
O papa escolheu o nome João Paulo II para homenagear seu antecessor. A primeira vez que falou com a multidão que lotava a Praça de São Pedro, ganhou a simpatia de todos. "Se eu errar meu italiano, vocês me corrijam, por favor", pediu o Papa. No dia 25 de janeiro de 1979, o novo papa desceu as escadas do jumbo da Alitália, deu um passo à direita do tapete vermelho, curvou-se, beijou o solo da República Dominicana, e disse: "Viajarei por onde me chamarem as exigências da fé e dos valores humanos". Na hora, as pessoas acharam que tratava-se de uma frase de efeito, mas não. Nenhum outro papa beijou tantos solos como João Paulo II.
O beijo no solo é um gesto que o Sumo Pontífice usa para abençoar o local. O mesmo papa só deve beijar uma vez um país, reza o rito da Igreja Católica. Quebrando a tradição, João Paulo beijou duas vezes o solo brasileiro. A primeira ocorreu em Brasília, em 1980. E a segunda em Natal, em 1991, uma bênção fora do programa. No primeiro beijo, em 1980, caiu o solidéu.
Somente 12 papas na História da humanidade, de um total de 264, reinaram mais tempo do que João Paulo II. O recorde absoluto é de São Pedro, o primeiro papa, que teve um pontificado de entre 34 e 37 anos - não há dados exatos para confirmar a data precisa. O polonês Karol Wojtyla é o
primeiro não-italiano a ocupar o cargo desde o holandês Adrien VI, que morreu em 1523.
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