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EUA em Guerra |
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A reação mundial ao ataque ao Afeganistão
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AP
Manifestantes protestam contra a guerra em Nova York |
Logo após iniciar a ação militar contra o Afeganistão, em 7 de outubro de 2001, os Estados Unidos receberam apoio de seus aliados no Ocidente, enquanto a reação no mundo muçulmano variou do silêncio à hostilidade.
A Rússia e o Japão concordaram com os ataques, enquanto a China ofereceu um apoio indireto e cauteloso à ação. O Iraque e o Irã criticaram a retaliação, bem como o Sudão e grupos a favor do Talibã no Paquistão. Os países árabes aliados dos EUA, como a Arábia Saudita e o Egito, não se manifestaram prontamente. A Jordânia ofereceu total apoio aos norte-americanos.Leia abaixo um panorama geral das declarações dos países sobre o ataque:
União Européia
"A União Européia declara sua solidariedade plena aos EUA e seu apoio sincero à ação que se realiza em legítima defesa e em conformidade com a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e com a resolução 1.386 do Conselho de Segurança da ONU", afirmou o bloco em um comunicado conjunto.
Rússia
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que os "monstruosos" ataques que atingiram os EUA haviam apenas unido todo o mundo contra o terror. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou: "É hora de uma ação decisiva contra esse mal. Os terroristas onde quer que estejam, no Afeganistão, Chechênia, Oriente Médio ou Bálcãs, devem saber que serão levados à Justiça".
Afeganistão - Talibã
"Decidimos resistir aos ataques norte-americanos e britânicos", afirmou o mulá Amir Khan Muttaqi, porta-voz do governo Talibã, de acordo com a agência de notícias Imprensa Islâmica Afegã (AIP). O embaixador do Talibã no Paquistão chamou os ataques de "ação terrorista".
Afeganistão - Aliança do Norte
Combatentes do grupo anti-Talibã que atuavam ao norte de Cabul (capital) saíram às ruas para comemorar depois das explosões na cidade. "Estou feliz. O Talibã é nosso inimigo, mas a América está do nosso lado", afirmou Almaz, um combatente da Aliança do Norte.
Afeganistão - Ex-rei
Em Roma, Mohammad Zahir Shah, ex-rei do Afeganistão, culpou o Talibã pela destruição que abateu o país, mas pediu que os EUA respeitassem a integridade territorial afegã.
França
O presidente da França, Jacques Chirac, disse que as forças de seu país estavam se preparando para se unir aos aliados norte-americanos e britânicos. O ministro de Defesa francês, Alain Richard, afirmou que não haveria limitações à ação da França.
Territórios palestinos
A Autoridade Palestina, liderada por Yasser Arafat, não fez comentários sobre os ataques. O ministro palestino da Informação, Abed Rabbo, descartou as declarações de apoio à causa palestina dadas por Osama Bin Laden.
Paquistão
O dirigente militar do Paquistão, presidente Pervez Musharraf, disse que os ataques deveriam ser dirigidos contra alvos determinados e evitar atingir civis. Apesar das ligações do país com o Talibã, Musharraf ficou do lado da campanha norte-americana. Os ataques, porém, detonaram violentos protestos por parte de muçulmanos no território paquistanês.
Irã
"Condenamos o ataque contra o país e o povo do Afeganistão", afirmou o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, a clérigos reunidos em Teerã (capital). O chanceler do país, Kamal Kharrazi, considerou a ação dos EUA como "inaceitável".
Arábia Saudita
O país que condenou enfaticamente os ataques de 11 de setembro contra os EUA não fez nenhuma declaração quanto à ação retaliatória que atingiu o Afeganistão.
Egito
Milhares de estudantes protestaram, alguns chamando a ação militar de uma "guerra contra o Islã". O Egito não se manifestou oficialmente sobre os ataques, mas o presidente do país, Hosni Mubarak, já havia dado seu apoio à "luta contra o terrorismo". Osama Al Baz, conselheiro de Mubarak, afirmou hoje que o governo egípcio teme pelo sofrimento do povo afegão.
Jordânia
O país, aliado árabe dos EUA, informou que "o governo jordaniano reitera seu apoio aos esforços internacionais de combater o terrorismo, ao mesmo tempo em que ressalta a importância de poupar a população afegã".
China
"A China se opõe ao terrorismo em todas as suas formas e espera que os ataques militares contra o terrorismo tenham por alvo objetivos específicos, a fim de evitar atingir civis inocentes", afirmou um porta-voz da chancelaria do país.
Japão
O primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, ofereceu seu apoio aos EUA. "Eu disse ao presidente Bush que devemos cooperar um com o outro e lutar contra o terrorismo de forma implacável", declarou.
Israel
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Shimon Peres, qualificou os ataques liderados pelos EUA de uma "decisão corajosa" tomada pelo presidente Bush.
Iraque
O presidente iraquiano, Saddam Hussein, disse que a ação militar desestabilizaria o mundo. "A América pode intensificar o uso da força para incluir outros países, de acordo com sua vontade e a fim de acertar suas diferenças", disse Saddam em um comunicado.
Cuba
Um documento assinado pelo presidente cubano Fidel Castro demonstrou pessimismo em relação ao futuro depois dos ataques que foram lançados contra o Afeganistão. "As operações militares contra o Afeganistão resultam em uma guerra a favor do terrorismo", diz o documento. "A cura é pior do que a doença."
Turquia
Único país de maioria muçulmana a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a Turquia, por meio de seu primeiro-ministro, Bulent Ecevit, declarou: "A Turquia apóia os EUA como um aliado responsável e um amigo em sua luta contra o terrorismo".
Líbano
O Líbano, que condenou os ataques do dia 11 de setembro, defende que a "guerra contra o terrorismo" também tenha por alvo Israel. O país acredita que os norte-americanos tentam impor ao mundo a definição deles do que seja terrorismo.
Indonésia
"O governo da Indonésia insiste que a operação seja limitada a fim de evitar mais vítimas", disse o chanceler do país, Hassan Wirajuda. O país, que abriga a maior população muçulmana do mundo, disse que se manteria neutro no caso de um ataque dos EUA contra o Talibã.
Malásia
"Não tomaremos nenhuma medida para dar apoio a essa ação", disse o primeiro-ministro do país, Mahatir Mohamad.
Reuters
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