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Investigações mapeiam rede de seqüestradores
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Divulgação
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Hani Hanjour, que estava no avião que caiu no Pentágono, era péssimo piloto
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Eles viajavam pelo mundo, freqüentemente em dupla, estudando e trabalhando em diversos pontos da Europa e Estados Unidos. Procediam de famílias árabes de classe média, se adaptavam às sociedades ocidentais e se conheciam há anos. Esse é o perfil dos dezenove árabes, muitos deles em plena juventude, que seqüestraram quatro aviões e cometeram o maior ato terrorista suicida coletivo da história dos Estados Unidos. As investigações norte-americanas revelaram que quinze deles eram procedentes da Arábia Saudita e tiveram passagem pelo Paquistão, Afeganistão, Alemanha, Espanha, Malásia e República Checa.
Pilotos na Alemanha
Além dos sauditas, também participaram dos atentados o egípcio Mohamed Atta, o libanês Ziad Jarrah e Marwan Al-Shehhi, dos Emirados Árabes Unidos. Esses últimos três formaram e mantiveram uma célula terrorista da Al-Qaeda na Alemanha no final da década de 90. Foram eles que pilotaram os dois aviões que se chocaram contra o World Trade Center e o vôo que foi abatido na Pensilvânia.
Os três pilotos viviam em Hamburgo, onde estudaram em universidades e trabalharam em uma empresa de computadores. Estabeleceram laços sociais com a comunidade muçulmana local, freqüentando mesquitas e participando das celebrações comunitárias. Jarrah inclusive namorou uma garota.
Um dia antes de apoderar-se do vôo 93 da United Airlines, que caiu na Pensilvânia, Jarrah escreveu à sua noiva uma carta de despedida, avisando que não voltaria. Nos dias imediatamente posteriores ao 11 de setembro, as famílias de Jarrah e Atta se negaram a acreditar que seus filhos tivessem participado do pior ataque terrorista da história. Mas eles não regressaram e seus familiares tiveram de aceitar a realidade.
Vida nos Estados Unidos
Treze dos 19 seqüestradores aéreos chegaram aos Estados Unidos entre os dias 23 de abril e 29 de junho de 2000, um ano e meio antes dos atentados. Percorreram o país vivendo intermitentemente em subúrbios como Lemon Grove, na Califórnia, Laurel, em Maryland, e Deerfield Beach, na Flórida.
Funcionários do governo norte-americano descobriram que os sauditas mantinham o hábito de viajar em dupla. os irmãos Waleed e Wail Alshehri, por exemplo, haviam se infiltrado em acampamentos no Afeganistão antes de viajar à Flórida. Atta e Al-Shehhi, que eram primos, viajavam juntos pelos Estados Unidos. Outros dois terroristas, Khalid Almidhar e Nawaf Alhazmi, estiveram em uma reunião na Malásia com um suspeito no ataque ao barco norte-americano USS Cole e em seguida viajaram juntos a San Diego.
Durante o ano e meio que estiveram nos Estados Unidos, os terroristas passaram por uma dezena de Estados, incluindo Nevada, Nova York, Nova Jersey, Oklahoma, Arizona, Virgínia, Maine e Massachusetts. Sete sabiam pilotar e vários outros estudaram ou visitaram escolas de aviação em diferentes pontos do país. A maioria entrou legalmente nos Estados Unidos, mas eles suscitavam suspeitas nas comunidades onde moravam.
Quando passava por Miami, Mohamed Atta largou um avião em plena pista sem dar motivo. Outro integrante do grupo, Hani Hanjour, tinha 600 horas de vôo e licença de piloto. Mesmo assim, ele voava tão mal que os instrutores de uma escola de aviação de Maryland não o deixavam operar sozinho as aeronaves. Um mês depois, Hanjour acompanhou outros quatro seqüestradores no vôo 77 da American Airlines, que se chocou contra o Pentágono.
Enquanto moraram nos Estados Unidos, os seqüestradores alugaram apartamentos, abriram contas bancárias, se inscreveram em clubes, compraram passagens aéreas pela Internet e usaram bilhetes falsos para se locomover. À noite, freqüentavam bares. Durante o dia assistiam a aulas de aviação. Para obter carteiras de motorista, alguns subornaram funcionários públicos. Em algumas ocasiões, eles receberam multas por excesso de velocidade.
Os atentados
As pistas dos investigadores norte-americanos indicavam que o piloto egípcio Atta fosse o chefe dos ataques de 11 de setembro. Em uma gravação em vídeo, Osama Bin Laden disse que Mohamed "estava a cargo do grupo". Quanto aos demais homens que levaram a cabo os ataques, Bin Laden disse que "não lhes revelamos" o plano até "imediatamente antes de abordar os aviões". A gravação é a evidência conhecida mais sólida que vincula os seqüestradores aéreos diretamente com o chefe da Al-Qaeda.
Três dos aviões foram seqüestrados por equipes de cinco homens. O quarto, desviado depois de partir do aeroporto de Newark rumo a Los Angeles, foi o único que supostamente não atingiu o alvo. Com quatro seqüestradores em vez de cinco, o vôo 93 caiu na Pensilvânia.
Outros seqüestradores
Entre os que participaram do atentado, muito pouco se conhece sobre os sauditas mais jovens como Satam Suqami, de 26 anos, que estava no vôo 11 com Atta e os irmãos Alshehri. Mohald Alshehri, que estava no vôo 175 procedente de Boston, provavelmente não tinha parentesco com os outros dois Alshehri.
O FBI apurou que Nawaf Alhazmi e Salem Alhazmi, ambos no vôo 77, também não tinham parentesco entre si. E os três seqüestradores de nome Alghamdi também não tinham laços familiares. Pouco se sabe sobre eles, mas um tradutor árabe independente, de origem saudita, disse que Bin Laden pronunciou o nome Alghamdi várias vezes em uma gravação. Outro provável envolvido era provavelmente Ramzi Binalshibh, um iemenita que viveu em Hamburgo com Atta e a quem foi negado quatro vezes o visto para os Estados Unidos.
Após os atentados, investigações norte-americanas apontaram para o envolvimento do francês Zacarias Moussaoui nos seqüestros. Ele foi o único acusado formalmente de ligação com os terroristas. Não houve evidências suficientes, porém, de que ele tivesse mantido contato com os seqüestradores. O máximo que se provou foi que todos mantinham o mesmo círculo de conhecidos e que frqüentaram duas escolas de aviação no mesmo período. Investigadores acreditam que o francês Moussaoui possa ter sido treinado para o 11 de setembro ou para uma missão similar.
AP
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