Mesmo tão longe do Brasil, os atentados em Nova York deixaram marcas em pelo menos quatro famílias brasileiras. Eles são os parentes de Anne Marie Sallerin Ferreira, Ivan Fairbanks Barbosa, Sandra Fajardo Smiths e Nilton Albuquerque, dados como mortos nos ataques terroristas ao World Trade Center.
Além deles, há todos aqueles que passaram por momentos de pânico por não terem notícias de parentes e amigos que moram na cidade mais importante do mundo. Logo após os atentados, as linhas telefônicas para os Estados Unidos ficaram congestionadas. Mais de 300 mil brasileiros moram em Nova York ou próximos à cidade.
As duas maiores empresas brasileiras de telefonia, a Embratel e a Intelig, criaram serviços de informações gratuitos. O consulado do Brasil em Nova York disponibilizou várias linhas telefônicas para atender brasileiros e intermediou a troca de informações. Mesmo assim algumas famílias passaram dias sem notícias sobre os brasileiros nos Estados Unidos.
Para piorar a situação, o governo do Brasil divulgou uma lista de centenas de brasileiros desaparecidos nos Estados Unidos depois dos atentados. No entanto, muitas pessoas dessa lista haviam pedido ajuda nos primeiros dias e depois, mesmo recebendo notícias dos parentes, não deram retorno ao Consulado. Foi o que ocorreu no caso de Alex Alves da Silva, de 30 anos. O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou em rede de rádio e TV que ele teria morrido no World Trade Center junto com os outros quatro brasileiros. No dia seguinte à leitura da lista, a família de Alex entrou em contato com o Itamaraty para avisar que na verdade ele já telefonara para casa três vezes após o dia 11.