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'Está em curso uma campanha para atingir o presidente Bolsonaro', diz advogado de Flávio

Frederick Wassef, que defende o senador, diz que tentam vincular ex-PM acusado de chefiar milícia ao seu cliente e ao governo

5 set 2019 - 19h46
(atualizado às 21h40)
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O advogado Frederick Wassef, responsável pela defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), no caso das movimentações suspeitas apontadas pelo Coaf, disse em entrevista ao Estado que setores interessados em desgastar o governo estão tentando transformar em monstro o ex-capitão da Polícia Militar Adriano Magalhães da Nóbrega, com o objetivo de vinculá-lo ao seu cliente e ao presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Wassef, Nóbrega, que é acusado de chefiar milícia no Rio, nunca foi condenado pela Justiça.

O advogado minimizou o fato de o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz ter demitido a ex-mulher de Nóbrega do gabinete de Flávio na Alerj meses depois de ele mesmo ter sido exonerado, conforme mensagem revelada pelo jornal O Globo.

O então deputado Flávio Bolsonaro com seu assessor Fabrício Queiroz
O então deputado Flávio Bolsonaro com seu assessor Fabrício Queiroz
Foto: Reprodução / Estadão

Segundo Wassef, em dezembro, quando teria ocorrido a mensagem, todos os funcionários do gabinete de Flávio já haviam sido informados que seriam demitidos em função do término do mandato do então deputado estadual.

Como um funcionário que já foi exonerado do gabinete do senador Flávio pode demitir outra pessoa do mesmo gabinete?

Eu não tive acesso, desconheço e não tive acesso ao conteúdo deste processo do qual você está falando. O que é muito claro é que estes fatos se deram em dezembro de 2018. Ora, em dezembro de 2018, no final do mandato parlamentar, na verdade todos os funcionários já tinham sido demitidos. Não era uma coisa exclusiva contra uma determinada pessoa. Houve uma grande leva de demissões em função do término do mandato.

Esta revelação dificulta a defesa?

Me causa estranheza que processos continuem a ser vazados no Rio de Janeiro. Temos que averiguar se este processo está sob sigilo e qual o conteúdo dele na íntegra. Porque o que tem ocorrido é que informações são tiradas do contexto e alegações absolutamente infundadas e inverídicas são narradas na mídia.

Estas mensagens reforçam suspeitas de vínculo entre Flávio e milícias?

É voz corrente no Rio de Janeiro e todos sabem no meio jurídico que essa história de tentar vincular milícias com Flávio Bolsonaro é absolutamente falsa, inverídica e leviana. Jamais existiu qualquer vínculo do senador Flávio com qualquer milícia ou criminosos.

Por que Danielle Mendonça da Costa Nóbrega nunca teve crachá da Alerj?

O Flávio e sua equipe contrataram pessoas sempre qualificadas que tinham relevante papel social nas comunidades, cada um exercendo o seu trabalho. Todos os assessores sempre trabalharam. Nunca existiu qualquer assessor fantasma, isso é mentira. A questão de que eventualmente um ou outro não tinha crachá é porque nunca foi obrigatório o uso de crachá como também não era obrigatória a presença de todos os assessores no gabinete, inclusive porque muitos exerciam trabalhos externos conseguindo alcançar as metas do próprio gabinete aumentando a base política.

Qual era a relação do senador Flávio com o capitão Adriano Nóbrega?

Faço uma pergunta ao Brasil. Falam muito da ex-mulher e da mãe dessa pessoa que chamam de miliciano. Desafio a imprensa a me responder se existe alguma sentença condenatória transitada em julgado no Judiciário brasileiro afirmando que o capitão Adriano é miliciano, é criminoso, foi condenado? Respondo eu: não existe. É de conhecimento de todo advogado no Rio que essa história foi uma forçação de barra de gente que está querendo transformar este capitão em um grande vilão com o objetivo específico de tentar atingir a imagem e a reputação do Flávio.

Por que Flávio homenageou o capitão Adriano?

É importante lembrar que lá atrás, quando o senador homenageou o capitão, ele era um herói da Polícia Militar com nome limpo, ficha limpa, prestou grande serviço à sociedade e nada maculava a sua conduta. O senador não tem bola de cristal para imaginar que dez anos depois daquela homenagem este capitão Adriano poderia eventualmente ser envolvido em qualquer tipo de investigação.

Mas hoje ele é suspeito de liderar milícias.

Essa conduta de pegar essa pessoa, o capitão Adriano, dizer deliberadamente que é miliciano, transformá-lo em monstro para depois casar com o meu cliente é uma prática perigosa para a democracia brasileira.

Essa mensagem não pode ser usada pela acusação como tentativa de obstruir a investigação?

Precisamos primeiro saber se isso é uma gravação, uma mensagem de texto, um e-mail. Depois confirmar a veracidade evitando fraudes ou edição com o intuito de atingir o meu cliente. E por último saber se este procedimento ocorreu dentro da lei ou foi alguma arbitrariedade. O que tenho por hora é apenas uma reportagem. É importante deixarmos claro que o que está em curso aqui é uma campanha para atingir o presidente da República, é uma campanha que não para e que começou antes mesmo de o Jair Bolsonaro sentar na cadeira. Não existe fato novo. Estão requentando material e falando de um fato. Estamos nós há dez meses falando do Fabrício Queiroz. Por que não se fala dos demais investigados, dos demais assessores, porque não há interesse em uma assessora que movimentou R$ 50 milhões no mesmo período que Fabrício movimentou R$ 600 mil?

Estadão
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