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'Estar aqui é um milagre', diz mulher que ficou com carro preso em fenda após desabamento de ponte

26 dez 2024 - 15h00
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A família que estava dentro de um carro preso em uma rachadura da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira presenciou momentos de desespero durante o desabamento. Laís Lucena, que estava no veículo com o marido e a cunhada, relatou o drama vivido no domingo (22), quando a estrutura cedeu, lançando caminhões no rio Tocantins.

Laís Lucena fala sobre desabamento de ponte entre Tocantins e Maranhão
Laís Lucena fala sobre desabamento de ponte entre Tocantins e Maranhão
Foto: Reprodução/TV Anhanguera e @vshenrique / Perfil Brasil

"Para nós estarmos aqui hoje é um milagre. Não temos explicação de como a gente conseguiu sair dali, porque só Deus que nos orientou. Não deu tempo de pensar o que tinha que fazer, a gente só saiu correndo e pulando as rachaduras. Inacreditável essa tragédia infelizmente com vítimas. E hoje a minha vida é um milagre de Deus", declarou Laís ao g1.

Como a família escapou?

Quando a ponte começou a ruir, carros que estavam atrás de um caminhão iniciaram manobras para recuar, incluindo o veículo da família de Laís. No entanto, o carro ficou preso em uma rachadura. "A gente viu a cena do caminhão caindo e a reação do meu esposo foi de dar a ré. Os outros carros começam a dar ré. Quando o nosso carro enganchou naquela rachadura imediatamente a gente saiu do carro. A porta da minha cunhada estava travada, ela saiu por outra porta. O meu esposo saiu pela minha porta. Quando a gente saiu do carro, nos deparamos com a situação na nossa frente, do resto da ponte toda rachada e a gente saiu correndo, pulando os lugares das rachaduras até chegar no local que não tinha mais risco", explicou.

Enquanto isso, as buscas por vítimas continuam. Até esta quinta-feira (26), oito corpos foram recuperados e nove pessoas permanecem desaparecidas. A ponte, que liga os estados do Tocantins e Maranhão pela BR-226, foi construída na década de 1960 e servia como um dos principais trechos do corredor rodoviário Belém-Brasília.

Tragédia na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira expõe problemas estruturais

O desabamento lançou quatro caminhões no rio, dois deles transportando 76 toneladas de ácido sulfúrico e outro carregado com defensivos agrícolas. Uma força-tarefa foi mobilizada para identificar as vítimas e recuperar os veículos. Imagens feitas por drones mostram os danos na estrutura da ponte e o carro de passeio da família de Laís ainda preso na rachadura.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) revelou que havia um contrato de manutenção em vigor desde 2021 e que outro, voltado para obras de reabilitação no valor de R$ 13 milhões, não teve empresas interessadas. O Ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que a reconstrução da ponte levará um ano, com um investimento estimado entre R$ 100 e R$ 150 milhões.

Enquanto as investigações sobre a responsabilidade pelo colapso prosseguem, rotas alternativas foram estabelecidas pela Polícia Rodoviária Federal para motoristas que precisam atravessar a região.

Perfil Brasil
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