EUA, Israel, Catar e Egito negociam em Paris trégua em Gaza
Gabinete de Benjamin Netanyahu classificou encontro como construtivo, mas disse que existem "lacunas importantes". Primeiro-ministro do Catar negocia em nome do grupo extremista islâmico Hamas.Os chefes de inteligência de Israel, Estados Unidos e Egito, bem como o primeiro-ministro do Catar, se reuniram neste domingo (28/01) em Paris, na França, para tentar negociar uma trégua na Faixa de Gaza, no conflito que já matou mais de 26,4 mil pessoas em 114 dias.
O encontro foi confirmado pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que o classificou como "construtivo", salientando que ainda "existem lacunas importantes". Por essa razão, segundo Israel, novos encontros terão de ser realizados na próxima semana.
O diretor do Mossad, David Barnea, e do Shin Bet, Ronen Bar - as duas agências de inteligência israelenses - e o major-general Nitzan Alon, nomeado comissário do governo israelense para a questão dos reféns, viajaram a Paris para se reunirem com o diretor da CIA, William Burns, o chefe da inteligência egípcia, Abas Kamel, e o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, que negocia em nome do grupo radical islâmico Hamas.
No momento, Israel admite apenas um cessar-fogo temporário para permitir a libertação de reféns e prosseguir depois o seu objetivo de desmantelar por completo o Hamas. O grupo radical, por sua vez, exige a retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza.
Propostas rejeitadas
Nas últimas semanas, várias propostas elaboradas pelos países mediadores - Catar, Egito e EUA - foram colocadas sobre a mesa, mas todas foram rejeitadas tanto por Israel quanto pelo Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007 e é considerado um grupo terrorista por Estado Unidos e União Europeia, entre outros países.
Em novembro, Israel e Hamas chegaram a um acordo de trégua de uma semana, entre 24 e 30 de novembro, que pôs fim aos combates e permitiu a troca de 105 reféns - incluindo estrangeiros - pela libertação de 240 prisioneiros palestinos. Na época, o acordo também foi intermediado pelos mesmos países.
Permanecem dentro da Faixa de Gaza 132 reféns sequestrados pelo Hamas no ataque a Israel de 7 de outubro, dos quais se estima que 25 possam estar mortos; além de quatro mantidos no enclave durante anos, dois deles soldados mortos.
Netanyahu enfrenta forte pressão das famílias dos reféns que exigem que ele negocie um acordo a qualquer preço, embora o chefe de governo insista que a pressão militar é a melhor forma de conseguir o regresso dos sequestrados.
Uma reportagem publicada pelo jornal americano The New York Times neste sábado afirmou que as negociações lideradas pelos EUA estariam cada vez mais perto de um acordo para a libertação de reféns, além da suspensão da guerra por cerca de dois meses.
le (EFE, Lusa, ots)