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EUA oferecem US$ 1 mi por informações de filho de Bin Laden

Paradeiro de Hamza bin Laden, o "príncipe herdeiro do terrorismo" que foi treinado para assumir liderança da rede Al Qaeda, é desconhecido

1 mar 2019 - 07h49
(atualizado às 10h17)
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O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (28/02) que está oferecendo uma recompensa de um milhão de dólares por informações que possibilitem a detenção do filho do terrorista Osama bin Laden, Hamza bin Laden.

Especulações sobre o paradeiro de Hamza bin Laden, que tem por volta de 30 anos, têm corrido há anos. Sua localização exata é desconhecida. Há relatos de que ele poderia estar vivendo no Paquistão, no Afeganistão, na Síria ou ainda estar em prisão domiciliar no Irã.

"Hamza bin Laden é o filho do antigo líder da Al Qaeda Osama bin Laden e está crescendo para a posição de líder na rede", disse um comunicado do Departamento de Estado dos EUA. A quantia de um milhão de dólares foi oferecida em troca de informações que possam levar à sua localização em qualquer país.

Imagem de Hamza bin Laden foi divulgada em 2017 pela CIA
Imagem de Hamza bin Laden foi divulgada em 2017 pela CIA
Foto: DW / Deutsche Welle

Ainda segundo o comunicado, "desde pelo menos agosto de 2015, Hamza bin Laden tem publicado mensagens de áudio e vídeo na internet pedindo ataques aos Estados Unidos e seus aliados ocidentais" para vingar a morte do seu pai.

O secretário-adjunto para Segurança Diplomática dos EUA, Michael Evanoff, afirmou que Osama, morto em maio de 2011, passou anos preparando Hamza para assumir a liderança da Al Qaeda, hoje controlada pelo egípcio Ayman al Zawahiri.

As informações sobre esse treinamento foram obtidas em cartas encontradas no complexo de Abbottabad, no Paquistão, onde Osama foi morto em uma operação das forças especiais dos EUA. Hamza é um dos 20 filhos que o terrorista teve ao longo da sua vida.

Em 2008, quando Hamza divulgou um poema pedindo a "destruição da América, Reino Unido, França e Dinamarca", um deputado britânico chamou o filho de Osama de "príncipe herdeiro do terrorismo".

Apesar do paradeiro de Hamza ser desconhecido, Evanoff afirmou que tudo indica que o filho de Osama está em algum lugar da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, possivelmente esperando uma oportunidade para viajar até o Irã.

Mas sua localização é alvo de discordâncias. Muitos acreditam que ele passou anos ao lado da sua mãe no Irã. Observadores afirmam que o regime de Teerã o teria mantido em prisão domiciliar como uma forma de pressionar a rival Arábia Saudita e a Al Qaeda e dissuadir militantes sunitas de atacar o Irã.

Um dos meios-irmãos de Hamza disse ao jornal The Guardian no ano passado que ele poderia estar no Afeganistão. Ele acrescentou que Hamza se casou com a filha de Mohammed Atta, líder da operação de sequestro dos aviões que se chocaram com as torres do World Trade Center e o Pentágono em 11 de setembro de 2001, matando 3 mil pessoas nos EUA.

Com o enfraquecimento do grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria, os EUA veem Hamza bin Laden como um sucessor natural para o comando da luta jihadista.

Em 2015, Hamza bin Laden divulgou uma mensagem pedindo a união de jihadistas na Síria e afirmando que o conflito no país abre caminho para "liberar a Palestina". Um ano depois, ele pediu a derrubada do regime na Arábia Saudita, seu país natal.

O coordenador da Estratégia Contraterrorista do Departamento de Estado dos EUA, Nathan A. Sais, alertou que a Al Qaeda ainda representa uma grande ameaça, apesar de ter ficado recentemente sob a sombra do EI.

"Nos últimos tempos, compreensivelmente, a atenção do mundo esteve focada na ameaça do EI, enquanto a Al Qaeda permanecia relativamente tranquila. Mas isso era uma pausa estratégica, não uma rendição", alertou.

Sais ainda afirmou que a Al Qaeda segue possuindo "capacidade e intenção" de lutar contra os EUA e os aliados do país. De acordo com o governo dos EUA, Hamza ameaçou ataques contra os EUA para vingar a morte de seu pai em 2011.

Por esse motivo, Evanoff reiterou a importância de localizar Hamza bin Laden e considerou a recompensa como uma das ferramentas mais úteis na luta contra o terrorismo.

"É um aviso. Estamos te procurando", concluiu.

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