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Ex-CEO da Americanas é preso em Madri, diz colunista

Miguel Gutierrez foi preso em Madri, na Espanha, pela polícia local. Seu nome estava incluído na e Difusão Vermelha da Interpol

28 jun 2024 - 10h57
(atualizado às 11h13)
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Miguel Gutierrez era procurado pela Interpol
Miguel Gutierrez era procurado pela Interpol
Foto: Reprodução

Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, foi preso em Madri na manhã desta sexta-feira, 28. Ele foi alvo da alvo da Polícia Federal na Operação Disclosure, que investiga supostas fraudes contábeis que chegam a R$ 25,3 bilhões. A informação é da colunista Malu Gaspar, do O Globo

Seu nome já havia sido incluído na lista de Difusão Vermelha da Interpol, após a PF não localizá-lo na quinta, 27, durante a ação deflagrada no Rio de Janeiro, em sua casa no Leblon. Gutierrez tem cidadania espanhola, e vivia em Madri há cerca de um ano, quando o caso começou a ser apurado. Ele foi preso pela polícia local. 

Conforme a coluna, o Ministério Público Federal apurou que ele acompanhava e participava das fraudes no balanço da empresa, “desde o seu planejamento até a publicação dos resultados”. Para o pedido de prisão, foram investigados e-mails e mensagens, bem como delações dos ex-executivos Marcelo Nunes e Flávia Carneiro, que explicaram como funcionava o esquema. 

Ainda não há detalhes sobre o envio dele para o Brasil ou se ficará preso na Espanha, já que o país não extradita seus cidadãos.

A ex-presidente da B2W, Anna Saicali, que viajou para Portugal em 15 de junho, ainda é considerada procurada e está na lista da Interpol. 

Operação Disclosure

A Operação Disclosure foi deflagrada nesta quinta-feira, 27, pela Polícia Federal. De acordo com as autoridades, o objetivo é esclarecer a suposta participação de ex-executivos da Americanas em fraudes contábeis que chegam a R$ 25,3 bilhões.

Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além dos pedidos de prisão, e 15 mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores destes ex-diretores que somam mais de meio bilhão de reais. Segundo o Ministério Público Federal, as prisões não foram cumpridas devido aos suspeitos estarem fora do País.

O MPF informou que a operação é fruto de investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa ter comunicado ao mercado a existência de inúmeras inconsistências contábeis e um rombo patrimonial estimado, inicialmente, em R$ 20 bilhões. Pouco tempo depois, o MPF foi procurado pela atual diretora da empresa, que ajudou nas investigações. 

A apuração das autoridades aponta que foram praticadas operações de risco sacado, na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos.

Ainda segundo a PF, foram identificadas ainda fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que são incentivos comerciais geralmente utilizados no setor. No entanto, neste caso, eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.

“A investigação revelou ainda fortes indícios da prática do crime de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, também conhecido como "insider trading”, associação criminosa e lavagem de dinheiro”, afirmou a PF em nota.

Fonte: Redação Terra
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