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Ex-gerente de campanha de Trump é acusado de mentir em depoimento e pode perder acordo

27 nov 2018 - 08h55
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Paul Manafort, ex-gerente de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, violou o acordo de admissão de culpa ao mentir a investigadores federais, disseram procuradores dos Estados Unidos em autos, o que representa um possível revés no inquérito de um procurador especial sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016.

Paul Manafort, ex-gerente de campanha do presidente dos EUA, Donald Trump 19/07/2016 REUTERS/Carlo Allegri
Paul Manafort, ex-gerente de campanha do presidente dos EUA, Donald Trump 19/07/2016 REUTERS/Carlo Allegri
Foto: Reuters

Na segunda-feira Manafort disse nos mesmos autos que discordou quando o procurador especial Robert Mueller afirmou que ele mentiu, mas os dois lados concordaram que o tribunal deveria ir adiante e condená-lo por seus crimes.

Sem um perdão, Manafort, de 69 anos, pode passar o resto da vida na prisão, dizem especialistas.

O desdobramento surpreendente ocorreu em um momento crítico para Mueller, de quem se espera que finalize nos próximos meses um relatório sobre as conclusões de sua investigação de 18 meses sobre a intromissão eleitoral russa e um possível conluio com a campanha do presidente Trump.

Embora não seja um golpe fatal, a anulação do acordo de admissão de culpa de Manafort significa que Mueller perde as contribuições de uma testemunha que tem laços profundos com a Rússia e que administrou a campanha de Trump no início, em meados de 2016.

"É ruim para a investigação de Mueller como um todo", disse Patrick Cotter, advogado de defesa criminal de Chicago e ex-procurador-geral- assistente de Nova York. "Ele tem uma testemunha a menos hoje".

Mas, disse ele, isso não quer dizer que a cooperação de Manafort não teve nenhum valor, observando que ela pode ter levado Mueller a outras fontes de informação.

Manafort é um consultor de política republicano de longa data que ganhou dezenas de milhões de dólares trabalhando para políticos pró-Kremlin da Ucrânia antes de se unir à campanha de Trump em março de 2016, prometendo trabalhar de graça.

Em junho de 2016 ele participou de uma reunião na Trump Tower com um grupo de russos que ofereceu "sujeira" sobre a candidata democrata Hillary Clinton, que sofreu uma derrota inesperada para Trump na votação presidencial.

O relacionamento antigo de Manafort com um oligarca próximo do presidente russo, Vladimir Putin, foi outra razão para a cooperação dele ser vista como importante para o inquérito de Mueller.

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