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EXCLUSIVO-Petrobras deve ter parceria para disputar fatia em mega bloco na Namíbia, dizem fontes

2 ago 2024 - 14h19
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A Petrobras não deve disputar sozinha uma fatia de 40% na mega descoberta de petróleo e gás de Mopane, na Namíbia, uma vez que o bloco petrolífero ainda está em uma fase exploratória, e a ideia seria diluir riscos com parceiros, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.

A companhia fez uma oferta não vinculante para comprar parte da fatia do bloco que a portuguesa Galp quer vender, disse à Reuters na semana passada a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, sem detalhar qual participação a empresa estava buscando.

A empresa de energia de Portugal quer vender metade de sua participação de 80% no bloco. Apesar do grande potencial de Mopane, com pelo menos 10 bilhões de barris de óleo equivalente ("in-place") segundo a Galp, a campanha exploratória ainda não está concluída, lembraram as fontes, que pediram para ficar no anonimato para falar sobre o assunto.

Ou seja, é preciso confirmar a "real oportunidade" de extração de óleo e gás em grandes volumes no bloco africano.

"É um processo competitivo, em uma área cobiçada e com potencial a ser confirmado. O mais natural é numa concorrência desse tipo você diluir risco com parceiros. Achamos difícil a Petrobras sozinha nessa", disse uma das fontes à Reuters.

A pessoa não detalhou se serão um ou mais parceiros.

"São dois aspectos. A costa da Namíbia está sendo considerada a nova 'Margem Equatorial'...", disse uma segunda fonte, em referência às grandes descobertas de petróleo realizadas pela Guiana. "Mas ainda é uma campanha exploratória que precisa confirmar o potencial estimado. Não acreditamos que alguém ficará nessas condições com os 40% sozinho", adicionou ela.

Ao comentar a oferta da Petrobras, o BTG Pactual afirmou em relatório nesta semana que, assumindo um fator de recuperação de petróleo de 25% das reservas do bloco, a fatia de 40% em Mopane poderia custar cerca de 4 bilhões de dólares. O banco alertou que a transação, aliada à potencial recompra de duas refinarias, poderia elevar riscos relacionados ao pagamento de dividendos da petroleira.

A busca por fatia no bloco na Namíbia acontece em momento em que a petrolífera brasileira tem enfrentado dificuldades para obter licenciamentos ambientais para avançar com a exploração no Brasil, ao mesmo tempo em que a companhia busca alternativas para garantir reservas para a produção futura.

As ações da empresa chegaram a refletir receios do mercado de que um grande investimento na Namíbia poderia impactar o pagamento de dividendos aos acionistas da estatal.

Mas uma das fontes minimizou tais preocupações.

"Não creio que haverá impacto. A lógica do cálculo de dividendos depende de uma série de variáveis, tem uma lógica própria que está ligada ao desempenho da companhia. E a Petrobras não vai ficar com 40%", reforçou.

O pagamento de dividendos gerou na gestão anterior de Jean Paul Prates muitos desgastes entre o executivo e representantes do governo federal. Os embates motivaram a queda de Prates em maio deste ano.

A companhia já pagou metade dos cerca de 44 bilhões de reais em dividendos extraordinários do exercício de 2023. A outra parte, que está em uma reserva estatutária, pode ser distribuída até o final do ano, segundo decisão em assembleia de acionistas.

"Essa é uma decisão do conselho da Petrobras, mas o que podemos dizer é que a empresa não está precisando desses outros 50%, eles não estão fazendo falta", avaliou uma das fontes.

Procurada, a Petrobras não comentou os assuntos imediatamente.

FOZ DO AMAZONAS

Enquanto avalia ativos na África, a companhia segue esperando um posicionamento órgão ambiental Ibama para uma campanha exploratória na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira, região com grande potencial, mas com questões ambientais sensíveis.

A troca de informações entre o Ibama e a estatal segue em curso depois de o primeiro pedido de licenciamento da petroleira ter sido negado no ano passado.

Representantes da cúpula da petroleira brasileira se reuniram recentemente com ministros do governo para tentar superar o impasse.

"Essa é uma questão importante, mas que segue sem perspectiva de solução", disse uma das fontes.

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