Exposição destaca resistência da imprensa negra na ditadura em Porto Alegre
PUCRS recebe mostra que remonta legado histórico do Grupo Tição no RS.
A exposição "Grupo Tição e a Imprensa Negra no RS - 132 Anos de História" está aberta até quarta-feira, 18 de dezembro, no saguão da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS, em Porto Alegre. A mostra celebra a atuação do periódico Tição, que circulou entre 1978 e 1980, enfrentando a censura e destacando a importância da pauta negra durante a ditadura militar.
O Grupo Tição trouxe visibilidade à identidade negra e às demandas de cidadania, desafiando a narrativa de "democracia racial" defendida pelo regime autoritário. Criado em um contexto de predomínio branco no Rio Grande do Sul, o periódico estabeleceu diálogo com iniciativas semelhantes, como o jornal Sinba, no Rio de Janeiro, e o Jornegro, em São Paulo.
Entre os participantes do projeto, destacam-se nomes como Vera Lopes, Oliveira Silveira e Vera Daisy Barcellos, que enfrentaram censura prévia ao divulgar pautas contestatórias. A atriz Vera Lopes relembra as intervenções da Polícia Federal nas edições, classificando o trabalho como "extremamente corajoso" para a época.
O legado do Grupo Tição será retomado em 2025, com novas edições que abordarão temas como racismo estrutural, juventude negra e segurança pública. Segundo Emílio Chagas, as edições farão um comparativo histórico, consolidando a memória da imprensa negra no Brasil.
Exposição Grupo Tição e a Imprensa Negra no RS - 132 Anos de História
Termina no 18 de dezembro (próxima quarta-feira)
Aberta de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 22h, no Saguão da Escola de Comunicação, Artes e Design - Famecos - Prédio 7 (Campus da PUCRS - Avenida Ipiranga, 6.681)
Com a informação Agência Brasil.
