Fachin fecha acordos no exterior para reforçar credibilidade das urnas eletrônicas
Uma das apostas da Corte para fazer frente a eventuais contestações ao resultado das eleições é ter o apoio da comunidade internacional
BRASÍLIA E RIO - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, intensificou encontros com autoridades estrangeiras, no último mês, para firmar parcerias, expor o processo preparatório para a eleição deste ano e pregar a segurança na votação. Uma das apostas da Corte para fazer frente a eventuais contestações ao resultado das eleições é ter o apoio da comunidade internacional.
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem procurado veículos de informação conservadores e aliados no exterior para desacreditar as urnas eletrônicas. O assunto também dominou a reunião ministerial convocada pelo presidente, na terça-feira. No encontro, tanto Bolsonaro como o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, criticaram o TSE e disseram ser preciso fazer uma auditoria da votação, lançando novas suspeitas sobre as urnas.
Ao participar da formatura de paraquedistas no Rio nesta sexta-feira, 8, Bolsonaro disse que os militares devem estar prontos para a missão de defender a Pátria e, mesmo sem citar as eleições, não deixou dúvidas sobre a que se referia. "Vocês (militares) são os guardiões da nossa Constituição", afirmou o presidente. "Estamos prontos para defender a nossa Pátria contra os que querem nos arrastar para o obscurantismo", disse o presidente.
Na terça-feira, o presidente do TSE deu início a uma agenda de compromissos nos Estados Unidos. A primeira reunião foi com a ministra Maria Theresa Diniz Forster, que atua como consulesa-geral adjunta da embaixada brasileira em Washington.
O ministro se encontrou no mesmo dia com autoridades de alto escalão na Organização dos Estados Americanos (OEA), como o secretário-geral, Luis Almagro, o secretário para o Fortalecimento da Democracia, Francisco Guerreiro, e o representante permanente do Brasil na entidade, embaixador Otávio Brandeli.
A OEA foi um dos organismos multilaterais a firmar acordo com a Justiça Eleitoral brasileira para enviar missões de observação para a votação de outubro. Outro parceiro do tribunal será o Parlamento do Mercosul. No dia 29 de junho, Fachin esteve com dois diretores do Instituto de Políticas Públicas e Direitos Humanos (IPPDH) do organismo sul-americano.