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Falta de candidaturas na Câmara pressiona aliados de Dilma

12 jul 2016 - 15h56
(atualizado às 16h01)
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Tendência é que parte da oposição acabe apoiando a candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI), ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff e que votou contra a abertura de impeachment na Câmara
Tendência é que parte da oposição acabe apoiando a candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI), ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff e que votou contra a abertura de impeachment na Câmara
Foto: José Cruz / Agência Brasil

A falta de uma candidatura viável colocou os partidos fiéis à presidente afastada da República, Dilma Rousseff, em um dilema. PT, PCdoB e PDT ainda não conseguiram decidir qual caminho tomar na disputa pelos quase sete meses de mandato tampão na presidência da Câmara dos Deputados. Estão entre duas alternativas: apoiar um candidato do PMDB, partido do presidente em exercício Michel Temer, ou dar suporte a um nome alternativo, com poucas chances de vitória.

A expectativa é que as legendas tomem uma posição até horas antes da disputa, marcada para às 16h de amanhã (13). As bancadas primeiro se reunirão juntas hoje à tarde. Depois, cada uma de forma individual. Somente após essas duas rodadas de encontros é que sairá uma decisão formal da minoria sobre a eleição para a presidência.

Neste momento, a tendência é que parte da oposição acabe apoiando a candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI). Ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff, ele votou contra a abertura de impeachment na Câmara e venceu a disputa interna no PMDB, que terá um candidato não alinhado com o ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e distante da cúpula peemedebista.

Atualmente, a oposição ao governo provisório de Michel Temer conta com 99 membros, entre deputados de PT, PCdoB, PDT, Psol e Rede Sustentabilidade. O número é insuficiente para, sozinhos, elegerem o novo presidente da Câmara. Destes partidos, somente o Psol apresentou um candidato. Luiza Erundina (Psol-SP) se inscreveu na noite de ontem para a disputa. Apesar de ter a simpatia de parte do PT e do PCdoB, ela não deve angariar um grande número de votos.

Dentro dos partidos de oposição, a prioridade é derrotar o “centrão”, grupo de 12 partidos responsável por eleger Cunha como presidente da Câmara no ano passado. Por isso, candidaturas como de Alessandro Molon (Rede-RJ) não se tornaram realidade. Pelo mesmo motivo, o PT, segunda maior bancada da Casa, resolveu não colocar um novo próprio na disputa.

Apesar de ter a simpatia de parte do PT e do PCdoB, Luiza Erundina (Psol-SP) não deve angariar um grande número de votos dos aliados de Dilma
Apesar de ter a simpatia de parte do PT e do PCdoB, Luiza Erundina (Psol-SP) não deve angariar um grande número de votos dos aliados de Dilma
Foto: Alice Vergueiro / Futura Press

"Não devemos nos manter isolados e apenas marcar posição porque temos compromisso com o Brasil e por isso devemos buscar outra alternativa, que viabilize a disputa no segundo turno", disse a líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Os partidos que compõem o grupo terão uma série de reuniões entre hoje e amanhã. A decisão só sairá depois de todas as bancadas tomarem uma posição.

Dentro do PT, uma parte dos deputados defende o apoio ao nome de Erundina. O movimento começou por fora. O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro disse ser melhor apresentar uma "candidatura republicana" do que se aliar com outro partido. Era uma crítica à possibilidade dos petistas apoiarem Rodrigo Maia (DEM-RJ) na eleição.

Depois, Vicentinho (PT-SP), ex-líder do partido na Câmara, disse que votará na deputada do Psol. Chegou a chamá-la de "mulher guerreira", mas voltou atrás hoje. Reclamou das críticas feitas por Erundina ao próprio PT. Em entrevista, ela contestou o pragmatismo dos petistas, e que isso levou à própria crise enfrentada pelo partido hoje.

Fonte: Especial para Terra
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