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Família de Flordelis era dividida em ‘facções’, afirma policial em depoimento

Segundo afirma o policial, um grupo ajudou a planejar o assassinato de Anderson do Carmo, enquanto outro denunciou o crime

8 nov 2022 - 16h02
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Flordelis durante o julgamento, que começou nesta segunda-feira e teve o segundo dia nesta terça
Flordelis durante o julgamento, que começou nesta segunda-feira e teve o segundo dia nesta terça
Foto: Reprodução: TJRJ

O policial civil Tiago Vaz de Souza, que é testemunha no julgamento do assassinato do pastor Anderson do Carmo, alegou em depoimento no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 8, que a família da ex-deputada e pastora evangélica Flordelis dos Santos de Souza era “rachada em facções”. O depoimento do agente foi divulgado pelo Estadão. O julgamento é presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3.ª Vara Criminal de Niterói.

Anderson do Carmo, marido de Flordelis, foi morto com mais de 30 tiros, em 16 de junho de 2019. Ele foi alvejado na garagem da casa do casal. Porém, antes do homicídio, segundo a polícia, a vítima sofreu várias tentativas frustradas de envenenamento.

De acordo com depoimento de Vaz, que acompanhou as investigações do caso, a família era 'rachada'. “Era uma família rachada, que tinha privilégios para um grupo. Uma família rachada em facções. Uma facção ajudou no planejamento da morte e outra facção denunciou a existência desse conluio”, destacou o policial civil nesta terça, segundo dia do julgamento.

O agente participou da equipe do delegado Allan Duarte e, segundo ele: “as facções ficaram claras após o homicídio” do pastor, marido de Flordelis. “Houve quem denunciasse e quem não denunciasse”. 

Conforme divulgado pelo Estadão, o policial também relatou que os filhos de Flordelis, entre biológicos, adotivos e afetivos, eram divididos em grupos. Os que tinham privilégios eram conhecidos como a “primeira geração”. De acordo com o policial, a divisão entre os membros da família foi um dos motivos para o “racha” entre os filhos.

“Só um grupo era privilegiado, o que ficou conhecido como a 'primeira geração' ”, que são os filhos que acompanhavam os pastores desde o início.

Durante seu depoimento à Justiça, o policial também afirmou que Flordelis nunca relatou ter sido alvo de agressão ou abuso sexual durante os depoimentos do caso. "Em nenhum momento. Era regada de elogios ao marido. Amoroso, carinhoso. Não havia nada aparente ou declarado de que ele poderia ser um abusador. Uma vez a vítima morta não havia motivos para continuar a mentira. Se fosse verdade ela poderia ter contado em depoimento na delegacia”, disse Tiago Vaz.

Defesa alega abusos físicos e sexuais

A advogada Janira Rocha, que defende Flordelis, afirmou que os depoimentos que serão prestados por testemunhas nesta terça devem confirmar a versão de que a pastora e suas filhas foram vítimas de abuso sexual e físico praticados Anderson.

“Mulheres famosas, poderosas e ricas que sofreram abusos sexuais só muito tempo depois vieram a público dizer isso. A Flordelis não é uma exceção, as mulheres abusadas têm dificuldades, que são comprovadas, de poder expressar esse abuso”, disse.

A defesa da pastora também alega que Simone Rodrigues, filha biológica de Flordelis, foi a única responsável pela morte do pastor.

Além de Flordelis, o julgamento tem quatro réus. Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, responde pelos mesmos crimes.

Rayane dos Santos Oliveira, filha de Simone e neta de Flordelis, é acusada de homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada. André Luiz de Oliveira, filho adotivo de Flordelis, foi denunciado por uso de documento falso e associação criminosa armada.

(*Com informações do Estado de S.Paulo)

Fonte: Redação Terra
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