Filho de mulher suspeita de internar mãe à força é levado para abrigo no RJ
Patrícia de Paiva e seu companheiro, pais da criança de 2 anos, foram presos por suspeita de manter internada Maria Paiva, mãe de Patrícia.
Um dos filhos de Patrícia de Paiva Reis, presa por suspeita de internar à força a própria mãe, foi encaminhado para um abrigo da Prefeitura do Rio de Janeiro. O bebê, de 2 anos, é filho de Rafael Machado Neves, que também foi detido por suspeita de participação no crime.
A criança, que tem deficiência (PCD), foi levada para a Central de Recepção de Crianças e Adolescentes (CRCA), no Cachambi, na Zona Norte do Rio, na sexta-feira,24, após a Polícia Civil prender o casal. Ao Terra, o CRCA confirmou a informação mas informou que não poderia entrar em mais detalhes por se tratar de um menor de idade.
A investigação revelou que o crime teria acontecido porque a idosa denunciou, na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), os maus-tratos que os seus netos, de 2 e 9 anos, estavam sofrendo. O casal queria que a idosa se retratasse e que a queixa fosse desqualificada, alegando que a vítima tinha um desequilíbrio mental, o que foi desmentido pelos médicos.
Patrícia e Rafael tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. A polícia também está investigando as duas clínicas psiquiátricas em que a idosa ficou internada: a Clínica Revitalis, usada para a prática do crime de sequestro, segundo a polícia, e a Vista Alegre, que foi interditada e não poderá receber pacientes.
Relembre o caso:
Na última sexta-feira,24, Patrícia de Paiva Reis e seu companheiro, Rafael Machado Costa Neves, foram presos pela Polícia Civil após sequestrarem uma idosa de 65 anos, Maria Aparecida Paiva, a mãe da suspeita, e internarem a mulher à força em uma clínica psiquiátrica em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Internada desde o dia 6 de fevereiro, a idosa foi sequestrada enquanto saía de uma agência bancária. Ela foi abordada por dois homens que a colocaram em uma ambulância. Segundo a polícia, Maria Aparecida pensou que era uma "saidinha de banco" ou sequestro relâmpago, mas percebeu que sua filha poderia estar envolvida quando o sequestrador disse que "era uma coisa de família".
Para a TV Globo, a idosa disse que o sequestro também poderia ter uma motivação financeira. "Tem questão financeira envolvida também, porque ela tem medo de perder a pensão do filho dela e se essa denúncia vai para o processo, ela perde porque o pai está pedindo a guarda do filho", contou.
Maria Aparecida ainda disse que a filha colocou o seu apartamento para alugar. "Olha, eu fico muito triste [disso tudo o que está acontecendo vir da própria filha]. Nunca pensei que isso fosse acontecer. Isso é tão verdadeiro, envolvido no dinheiro, porque no dia que ela me botou na clínica, ela contratou duas faxineiras, limpou meu apartamento e já alugou o apartamento". Segundo Maria Aparecida, o imóvel foi alugado para o carnaval. "Não tenho raiva, só tristeza", disse na entrevista.
A idosa já procurou as autoridades antes. No dia 30 de janeiro, ela fez um registro contra a filha por invasão de domocílio, injúria e lesão corporal, quando chamaram um carro do Samu para levar a vítima. Maria Aparecida foi na 9ª DP (Catete), mesma delegacia que investigou seu sequestro e prendeu o casal no dia 24.