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Fora do País, ex-CEO da Americanas é incluído em lista de procurados pela Interpol

Medida faz parte da Operação Disclosure, deflagrada nesta quinta (27)

27 jun 2024 - 10h38
(atualizado às 12h29)
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Miguel Gutierrez se tornou procurado pela Interpol
Miguel Gutierrez se tornou procurado pela Interpol
Foto: Reprodução

O ex-CEO da Americanas que virou alvo de uma investigação da Polícia Federal entrará na lista de Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Isso porque os agentes da Operação Disclosure, deflagrada nesta quinta-feira, 27, não encontraram Miguel Gutierrez em sua residência no Rio de Janeiro. Ele é alvo de mandado de prisão e está fora do País.

Segundo a Polícia Federal, o ex-executivo é investigado por uma suposta fraude contábil de pouco mais de R$ 25 bilhões. No entanto, o mandado de prisão não foi cumprido. De acordo com o jornal O Globo, Miguel Gutierrez vive em Madri há cerca de um ano e tem cidadania espanhola. O ex-CEO teria se mudado para o país europeu durante o inquérito.

Antes, o investigado morava no Leblon, bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro. Durante a manhã desta quinta, os agentes da PF também fizeram buscas no local.

De acordo com a Interpol, a lista de Difusão Vermelha não se trata de um mandado de prisão internacional. "É um pedido às autoridades em todo o mundo para localizar e prender provisoriamente uma pessoa pendente de extradição, entrega ou ação legal semelhante", explica o site oficial do órgão. 

Operação Disclosure

A Operação Disclosure foi deflagrada nesta quinta-feira, 27, pela Polícia Federal. De acordo com as autoridades, o objetivo é esclarecer a suposta participação de ex-executivos da Americanas em fraudes contábeis que chegam a R$ 25,3 bilhões.

Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além dos pedidos de prisão, e 15 mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores destes ex-diretores que somam mais de meio bilhão de reais. Segundo o Ministério Público Federal, as prisões não foram cumpridas devido aos suspeitos estarem fora do País.

O MPF informou que a operação é fruto de investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa ter comunicado ao mercado a existência de inúmeras inconsistências contábeis e um rombo patrimonial estimado, inicialmente, em R$ 20 bilhões. Pouco tempo depois, o MPF foi procurado pela atual diretora da empresa, que ajudou nas investigações. 

A apuração das autoridades aponta que foram praticadas operações de risco sacado, na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos.

Ainda segundo a PF, foram identificadas ainda fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que são incentivos comerciais geralmente utilizados no setor. No entanto, neste caso, eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.

“A investigação revelou ainda fortes indícios da prática do crime de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, também conhecido como "insider trading”, associação criminosa e lavagem de dinheiro”, afirmou a PF em nota.

Fonte: Redação Terra
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