Foragido há 5 dias, pastor bolsonarista é preso em ato antidemocrático no ES
Fabiano Oliveira teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira
O pastor Fabiano Oliveira, que estava foragido há 5 dias, foi preso na manhã desta segunda-feira (19) durante um ato golpista realizado em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército em Vila Velha, na Grande Vitória (ES).
Apontado como líder de protestos antidemocráticos no Estado, Oliveira teve a prisão decretada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, na última quinta-feira, 15.
Segundo o superintendente da PF no Estado, Eugênio Ricas, o pastor não reagiu à prisão. "Ele foi preso pela Polícia Federal, sem resistência, encaminhado ao DML (Departamento Médico Legal) e entregue ao sistema prisional", informou Ricas ao jornal A Gazeta.
Antes da prisão, Fabiano chegou a gravar um vídeo desafiando a ordem judicial. "Continuo com a mesma certeza de que não vamos dar um só passo atrás até que o comunismo caia no nosso País", disse ele em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha.
Um grupo de bolsonaristas se concentra no local desde 1º de novembro, contestando o resultado das eleições, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ação da PF
A Polícia Federal foi às ruas de oito Estados --Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina-- e do Distrito Federal na última quinta-feira, 15, cumprir mais de cem mandados de busca e quatro de prisão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes.
38° Batalhão Vila Velha ES 17/12/2022 pastor Fabiano perseguido por Alexandre de Moraes pedindo para ser preso pelo exército para não ir para uma prisão estadual do governador Comunista. #Surreal pic.twitter.com/WvxGB9iFc9
— Forevís News (@Celinho41129147) December 17, 2022
Além do pastor Fabiano Oliveira, a ordem de prisão de Moraes inclui outros três alvos também do Espírito Santo. Apontados como líderes das manifestações de viés golpista, dois deputados estaduais da Assembleia capixaba, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), são monitorados por tornozeleira eletrônica.
O ministro é relator do inquérito que investiga manifestações inconstitucionais e fake news sobre urnas e eleições na Suprema Corte. Na quarta-feira, 14, Moraes disse no evento de diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que "ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar" no inquérito sobre atos antidemocráticos.
A operação da PF ocorreu três dias após bolsonaristas tentarem invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, além de atearem fogo a carros e ônibus na capital federal. O estopim para a escalada nas ações dos militantes bolsonaristas foi a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, sob suspeita de crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.