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Fórum de Davos acontece sob expectativa do "choque" Trump

19 jan 2025 - 13h51
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Nesta segunda, começa nova edição do evento reunindo a elite econômica e política mundial nos Alpes Suíços. Clima e guerras no planeta estão na pauta. Novo presidente americano participa por videoconferência.Davos, a pitoresca cidade turística coberta de neve nos Alpes suíços, recebe neste ano, mais uma vez, líderes de todo o mundo para a reunião anual do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). O encontro tem sua abertura agendada para esta segunda-feira (20/01)

Este ano, são esperados quase 3.000 participantes, incluindo cerca de 60 chefes de Estado e de governo
Este ano, são esperados quase 3.000 participantes, incluindo cerca de 60 chefes de Estado e de governo
Foto: DW / Deutsche Welle

Desta vez, o WEF acontece depois de um ano supereleitoral em que os governantes de muitos países caíram ou foram derrotados em pleitos. Irritados pela alta dos preços e pelo fraco desenvolvimento econômico, muitos eleitores votaram a favor de partidos e candidatos radicais.

A ascensão de populistas, a guerra na Ucrânia, a situação humanitária na Faixa de Gaza, a regularidade alarmante de eventos climáticos extremos e a revolução emergente da inteligência artificial (IA) - esses são apenas alguns dos tópicos discutidos na reunião de cinco dias.

"O encontro ocorre no cenário geopolítico mais complicado das últimas gerações", disse o presidente do WEF, Borge Brende, a jornalistas na terça-feira passada.

Quase 3.000 líderes de mais de 130 países, incluindo 60 chefes de Estado e de governo, são esperados em Davos. O chanceler alemão, Olaf Scholz, participará do WEF, assim como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o vice-primeiro-ministro da China, Ding Xuexiang, o presidente da Argentina, Javier Milei, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e Muhammad Yunus, chefe do governo de transição em Bangladesh.

Pelo segundo ano seguido, o presidente Lula não comparecerá ao evento. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que esteve em Davos no ano passado, também não confirmou presença.

Todos estão falando sobre Trump

Donald Trump tem programado fazer um discurso em vídeo alguns dias depois de tomar posse como presidente dos EUA, nesta segunda-feira.

É provável que o retorno do republicano à Casa Branca domine as discussões em Davos. Após alardeartarifas contra amigos e inimigos e ameaças expansionistas em relação ao Canadá, à Groenlândia e ao Canal do Panamá, investidores, empresas e governos estão intrigados com o que Trump está planejando.

Eles estão se perguntando, por exemplo, como exatamente as guerras comerciais instigadas por Trump poderiam se desenrolar e o que isso significa para a economia global. As tarifas que Trump está ameaçando podem ser particularmente prejudiciais para a Alemanha e a China, já que essas economias estão crescendo apenas ligeiramente ou até mesmo encolhendo.

Especialistas alertam que as propostas de Trump vão muito além do que ele implementou em seu primeiro mandato como presidente. Se forem levadas adiante, isso poderá aumentar os preços e desencadear medidas de retaliação dos parceiros comerciais, o que acarretaria um choque global.

"Se você observar a experiência que tivemos com o primeiro governo de Trump, o comércio cresceu e o investimento aumentou", disse Brende.

"Mas agora o ambiente mudou. Em breve, poderá haver mais tarifas, mais nearshoring ou friendshoring [realocação da produção para países vizinhos ou amigos], portanto, as cadeias de suprimentos mudarão. Enquanto o comércio e a produção econômica aumentarem, você pode ver o copo meio vazio ou meio cheio."

Ucrânia, Gaza e Síria em foco

A guerra da Rússia na Ucrânia, que já dura quase três anos, será mais uma vez um dos principais tópicos da agenda deste ano. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, participará pessoalmente do WEF.

Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu concluir um acordo de paz para resolver o conflito entre a Rússia e a Ucrânia em seu primeiro dia no cargo. Esse cronograma parece irrealista; até mesmo os assessores de Trump presumem que levará meses para acabar com a guerra.

A Fundação ucraniana Viktor Pinchuk está organizando vários eventos este ano em um local que será renomeado como Ukraine House durante o WEF. Entre eles está o projeto "Your Country First - Win With Us".

"Se a Ucrânia cair, os perigos chegarão até você rapidamente. Sua segurança será prejudicada, sua economia, sua prosperidade e suas chances de viver a vida que deseja - tudo isso será posto em risco", escreve a fundação em um comunicado. "Uma vitória da Ucrânia, por outro lado, dissuadirá os agressores em todo o mundo."

Conflitos armados entre países são o maior risco em 2025, de acordo com a pesquisa anual de risco do WEF publicada na quarta-feira passada, enquanto as disputas comerciais são o terceiro maior risco, revelando um "cenário global cada vez mais fragmentado".

A Síria, a situação humanitária na Faixa de Gaza e a possível escalada do conflito no Oriente Médio também ocuparão o centro do palco este ano. Espera-se a presença de vários políticos importantes da região, incluindo o presidente israelense, Isaac Herzog, o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammed Mustafa, e o ministro das Relações Exteriores da Síria, Asaad al-Shaybani.

"Era inteligente"

O lema da 55ª Reunião Anual do WEF é "Colaborando para a Era Inteligente" - uma época caracterizada por rápidos avanços em tecnologias como inteligência artificial e computação quântica.

A inteligência artificial (IA) já está sendo usada com grande promessa em muitos setores, como saúde, educação e agricultura. No entanto, a IA também é vista como uma ameaça a milhões de empregos.

De acordo com um relatório do WEF sobre o futuro do trabalho divulgado do início de janeiro, as novas tecnologias poderiam destruir 92 milhões de empregos em todo o mundo até 2030, ao mesmo tempo em que criariam 170 milhões de novos empregos. A previsão enfatiza a importância do treinamento adicional para funcionários.

A empresa de tecnologia americana Workday vê a IA como um catalisador para uma "revolução de habilidades" no mundo do trabalho. Habilidades humanas, como criatividade, empatia e tomada de decisões éticas, estariam se tornando as mais valiosas no local de trabalho.

Kathy Pham, cientista da computação e vice-presidente da Workday, vê o WEF como uma plataforma para que empresas e governos entendam como empregos, habilidades e regras evoluíram ao longo do tempo em diferentes partes do mundo e como as pessoas interagem com a tecnologia.

"Essa é a minha lista de desejos para Davos: conversas honestas sobre como será o futuro do trabalho à luz da mais recente onda de IA", disse ela à DW.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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