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Foto de criança deitada em bandeira do Brasil é de julho de 2022, não recente

16 jan 2023 - 16h45
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A criança que aparece dormindo em uma bandeira do Brasil estendida no chão, em foto que viralizou como "símbolo da vergonha", não estava entre os detidos pela Polícia Federal após a onda de violência e depredação em Brasília no dia 8 de janeiro, ao contrário do que sugerem publicações nas redes sociais. A imagem foi registrada em julho de 2022, durante a convenção do PL que lançou a candidatura à reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Até esta segunda-feira (16), a publicação desinformativa havia alcançado ao menos 775 mil visualizações e centenas de compartilhamentos no Facebook, 80 mil visualizações e 4.000 curtidas no Instagram, além de circular também no Kwai e no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).

Selo falso

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Reprodução de post que usa foto de julho de 2022 para dizer que menino deitado em bandeira estava entre detidos por atos golpistas
Reprodução de post que usa foto de julho de 2022 para dizer que menino deitado em bandeira estava entre detidos por atos golpistas
Foto: Aos Fatos

Publicações nas redes compartilham a foto de uma criança, deitada sobre a bandeira do Brasil, como se mostrasse o ginásio da Polícia Federal para onde foram encaminhadas as pessoas detidas por envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, o que é falso.

A foto, na verdade, foi publicada por um usuário no Twitter na manhã de 25 de julho de 2022. No dia anterior, houve a convenção do PL (Partido Liberal) que lançou a candidatura à reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, realizada no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro (RJ).

Detidos. De acordo com a Polícia Federal, havia crianças entre as 1.843 pessoas conduzidas pela Polícia Militar do Distrito Federal para a Academia Nacional da PF após a onda de violência na praça dos Três Poderes. De acordo com a corporação, os pais e mães com crianças tiveram prioridade no atendimento, assim como idosos, pessoas com problemas de saúde ou em situação de rua — o que totalizou 684 pessoas, soltos no dia 11 e que responderão em liberdade.

A PF informou que qualificou, interrogou e prendeu 1.159 pessoas. Elas foram entregues para a Polícia Civil do Distrito Federal, responsável pelo encaminhamento ao Instituto Médico Legal e, posteriormente, ao sistema prisional. Elas são investigadas por crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, perseguição, incitação ao crime, entre outros.

O Conselho Tutelar do Distrito Federal atendeu 20 famílias que estavam com crianças quando foram detidas no Quartel-General do Exército, em Brasília, na segunda-feira (9). Não há relato de que pessoas passaram fome, ao contrário do que afirmam publicações enganosas nas redes sociais.

A PF afirmou que durante toda a ação, os detidos receberam alimentação regular (café da manhã, almoço, lanche e jantar) e hidratação e tiveram acesso a equipes médicas, caso fosse necessário.

Na sexta-feira (13), um pedido de investigação contra os pais e responsáveis que expuseram crianças e adolescentes a situações de vulnerabilidade durante os atos golpistas foi encaminhado à Polícia Civil e ao Ministério Público do Distrito Federal.

Referências:

1. Twitter

2. O Estado de S. Paulo

3. Polícia Federal

4. Metrópoles

5. Aos Fatos

6. Congresso em Foco

Aos Fatos
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