Franquias: setor brasileiro em expansão abre possibilidades para área de saúde
Segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar registrou alta de 6,1% no faturamento no mais recente boletim da ABF (Associação Brasileira de Franchising); profissional da área de odontologia aponta vantagens para empreendedores que desejem optar pelo franchising
A abertura de um negócio é algo que sempre envolve riscos. Afinal, possuir habilidades em determinado ramo de atividade profissional não é garantia de sucesso, visto que a gestão de um empreendimento também exige conhecimentos comerciais, administrativos e mercadológicos. Sendo assim, a opção pela atuação junto a uma franquia é algo que tem sido cada vez mais considerado por profissionais dos mais variados setores.
Além da garantia de poder contar com uma equipe que desenvolva a gestão e o marketing empresarial em um negócio já testado, com riscos e possibilidades de crescimento devidamente identificados, a opção pela contratação de uma franquia também possibilita outras vantagens, como retorno sobre o investimento mais rápido, compras com baixo custo e possibilidade de financiamento mais acessível. Do outro lado da moeda, os custos fixos, a baixa autonomia gerencial e a divisão de lucros são algumas desvantagens do modelo.
Pesando os prós e contras na balança, dados fornecidos pela ABF (Associação Brasileira de Franchising) nos últimos anos têm indicado uma consolidação do formato no país. No início de 2020, antes da pandemia de Covid-19, a associação revelou ter havido, em 2019, um crescimento de 6,9% em faturamento e de 5,1% em número de unidades em operação em todo território nacional, com uma projeção de alta de 8% no faturamento para aquele ano.
A grave crise sanitária, que também impactou a economia do país, fez com que tal previsão não se concretizasse: entre março de 2020 e março de 2021, houve uma queda de 11% no faturamento das redes de franquias. Mas já há novos indícios de melhora e, de acordo com a ABF, a estimativa é que em 2021, o setor como um todo cresça 8% em faturamento, 5% em unidades, 2% em novas redes e 5% no número de empregos diretos.
Área da Saúde apresenta resultados promissores para o franchising
A queda de 11% no faturamento do setor no último boletim divulgado pela ABF não foi acompanhada por determinados segmentos, como o de Saúde, Beleza e Bem-Estar, que registrou alta de 6,1%. E a área da Saúde, que inclui o campo da Odontologia, de acordo com a associação, teve um papel relevante para que isso ocorresse.
É importante ressaltar a importância do papel dos profissionais da Odontologia na sociedade brasileira. De acordo com o CFO (Conselho Federal de Odontologia), nove em cada dez brasileiros consideram muito importante a ida regular ao dentista e 72% costumam ir ao especialista pelo menos uma vez por ano.
A capacitação profissional oferecida no país também é de excelência: de acordo com levantamento mais recente realizado pela CWUR (Center for World University Ranking), das cinco melhores universidades de Odontologia no mundo, três são brasileiras: a USP (Universidade de São Paulo), que lidera a lista; a Unesp (Universidade Estadual Paulista), que ocupa o quarto posto; e a Unicamp (Universidade de Campinas), em quinto lugar.
Com efeito, dos mais de 11 mil dentistas que se formam por ano no Brasil, de acordo com o CFO, muitos têm recorrido às franquias de consultórios odontológicos para iniciar a carreira. Para André Tozi, CEO da Sorrix, diversas dificuldades surgem para um profissional que deseja atuar na área, que podem ser atenuadas com a opção de investimento em uma franquia.
"Empreender no ramo odontológico, atualmente, necessita de investimento em tecnologia, gestão profissional, marketing e automação de atividades odontológicas. Só assim é possível se destacar no mercado", afirma o executivo.
Para Tozi, o modelo em que o dentista atua "em seu consultório particular, sozinho" impede que este "moderno e mais profissional" seja contemplado, sendo o formato de franchising, "com processos definidos e foco na gestão de resultados", uma saída para esta maior "profissionalização da profissão".
Segundo o mais recente levantamento do CFO, o Brasil conta, hoje, com 52.026 clínicas odontológicas e 331.338 cirurgiões-dentistas, em um mercado em que são movimentados, estimadamente, R$ 40 bilhões por ano.
Estes profissionais, segundo o CEO da rede de franquias de clínicas odontológicas, "são excelentes na área técnica", porém não possuem experiência como gestores. Sendo assim a abertura de consultório odontológico próprio "é sempre um fator de risco".
"Seu tempo de dedicação é 100% para os clientes, na execução dos tratamentos, deixando de realizar pontos importantes como marketing, financeiro e, principalmente, gestão", diz o executivo, pontuando que, por outro lado, o dentista que deseja investir em uma franquia odontológica "já tem a vantagem de iniciar em um modelo de negócio pronto, testado e com uma marca já validada e reconhecida no mercado."
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