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General russo declara que controle de armas é 'coisa do passado'

18 dez 2024 - 16h06
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O general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior da Rússia, afirmou nesta quarta-feira (18) que o controle de armas, especialmente sobre arsenais nucleares acumulados desde a Guerra Fria, não faz mais parte da realidade atual. Para ele, a falta de confiança entre Moscou e o Ocidente inviabiliza qualquer diálogo sobre o tema.

Chefe do Estado
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Foto: Maior da Rússia, general Valery Gerasimov - Getty Images / Perfil Brasil

As relações entre as duas maiores potências nucleares, Rússia e Estados Unidos, estão deterioradas há anos, o que levou à desintegração de diversos tratados de controle de armas. Gerasimov acusou os EUA de sabotarem esses acordos e promoverem conflitos globais, enquanto Moscou intensifica relações estratégicas com países como China, Índia e Coreia do Norte.

A crise no controle de armas e o impacto global

Gerasimov destacou que a instalação de mísseis norte-americanos na Europa e na Ásia é um dos fatores que alimentam a corrida armamentista. Segundo ele, "uma corrida armamentista ofensiva estratégica" está em curso, agravada pela ampliação da presença militar dos EUA nas Filipinas e pelo fortalecimento da Otan (aliança militar liderada pelos americanos) próximo às fronteiras russas.

O general também afirmou que os Estados Unidos se tornaram participantes diretos no conflito na Ucrânia ao fornecer mísseis de longo alcance usados em ataques ao território russo.

Os EUA, por sua vez, culpam a Rússia pelo colapso de tratados como o INF (Forças Nucleares de Alcance Intermediário) e o ABM (Mísseis Antibalísticos), citando violações por parte do Kremlin. Em 2023, a Rússia suspendeu sua participação no Novo START, o último tratado que limitava as armas nucleares estratégicas.

Apesar disso, ambos os países mantiveram os limites previstos no acordo, que restringe ogivas, mísseis e bombardeiros.

Contexto da guerra na Ucrânia

A guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022, intensificou as tensões globais. Sob o comando do presidente Vladimir Putin, a Rússia avançou em diversas frentes, mas enfrentou resistência significativa das forças ucranianas.

As sanções econômicas impostas pelo Ocidente e o apoio militar de países como Estados Unidos, Reino Unido e França à Ucrânia aumentaram a pressão sobre Moscou. Em 2024, o conflito atingiu um momento crítico, com o uso de mísseis hipersônicos pela Rússia e ofensivas ucranianas dentro do território russo.

Enquanto Putin afirma que a Rússia alcançará seus objetivos no conflito, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sustenta que o principal foco de Moscou é o controle total da região de Donbass e a retirada de tropas ucranianas das áreas ocupadas.

Perfil Brasil
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