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Google é processado e casal ganha R$ 14 bilhões

29 out 2024 - 07h29
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No movimentado cenário do comércio eletrônico em 2006, dois fundadores, Shivaun e Adam Raff, se depararam com um início desafiante ao lançar o Foundem, uma pioneira plataforma de comparação de preços. Investindo tempo e recursos, o casal construiu o site do zero, renunciando carreiras estáveis na esperança de revolucionar a forma como as compras online eram feitas. Contudo, seu entusiasmo logo foi esmagado por uma barreira inesperada que levou a anos de batalha judicial com o Google.

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Foto: depositphotos.com / bennymarty / Perfil Brasil

O Foundem enfrentou uma penalidade de busca do Google rapidamente após seu lançamento. Esta penalidade foi impulsionada por um filtro automático de detecção de spam do mecanismo de pesquisa, prejudicando a classificação do site em buscas relevantes. Como consequência, a visibilidade do Foundem caiu drasticamente, reduzindo as chances de atrair clientes e comprometer sua receita. O casal monitorava atentamente a presença online do site, mas notaram, com desânimo, um declínio imediato em todas as frentes.

Como o Google se envolveu em uma batalha legal de 15 anos?

A experiência negativa de lançamento acendeu um fogo que arderia por 15 anos, levando a uma batalha judicial complexa entre o Foundem e o Google. Essa luta culminou em uma multa antitruste de € 2,4 bilhões contra o gigante da tecnologia, uma das maiores já aplicadas. A Comissão Europeia determinou que o Google havia abusado de sua posição de mercado, favorecendo seu próprio serviço de comparação de preços nos resultados de busca.

As tentativas de Shivaun e Adam para reverter a penalidade foram infrutíferas. O Google não cedeu, mesmo após repetidas solicitações de revisão. Em outras plataformas de busca, como Bing e Yahoo, o Foundem aparecia normalmente, mas a predominância do Google no mercado digital anulava esses esforços. Essa disparidade foi um fator crucial no questionamento das práticas do Google em tribunal.

Durante o julgamento, o Foundem apresentou evidências de que seu site era injustamente suprimido nas buscas, enquanto o Google promovia os seus próprios produtos e serviços. Esta prática foi considerada anticompetitiva pela Comissão Europeia. A decisão de 2017 encontrou o Google culpado de manipular as buscas de uma maneira que inesquecivelmente definiu o palco para futuras regulamentações na indústria de tecnologia.

Um aspecto crucial eram não só as provas apresentadas pelo Foundem mas também o crescente número de queixas que surgiram de empresas similares como Kelkoo e Trivago. Este apoio signaled a questão sistêmica, desafiando as práticas do Google em um cenário cada vez mais competitivo.

Apesar da vitória legal, o Foundem não sobreviveu. Fechando suas portas em 2016, os fundadores refletiram sobre a jornada árdua e sobre os anos dedicados a uma luta que sinalizou pontos críticos na discussão sobre o poder das grandes empresas tecnológicas.

"Acho que se soubéssemos que levaria tantos anos, talvez não tivéssemos feito a mesma escolha", contou Adam à BCC.

Perfil Brasil
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