Governo Biden intensifica apoio à Ucrânia, enquanto Trump dispara críticas
O governo Joe Biden intensificou os esforços para enviar armamentos à Ucrânia, numa tentativa de fortalecer o país antes de 2025. A iniciativa inclui o envio de um novo pacote de ajuda de US$ 500 milhões, que será retirado diretamente dos estoques militares americanos. De acordo com um alto funcionário da administração, o Departamento de Defesa está realizando "um esforço histórico" para acelerar as entregas, priorizando artilharia, foguetes e veículos blindados.
O conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan lidera uma força-tarefa interinstitucional para garantir que as armas cheguem a Kiev nas próximas semanas. A meta é mobilizar os equipamentos até janeiro, com transporte marítimo e aéreo em ritmo intensificado. Essa operação foi detalhada a Andriy Yermak, chefe do gabinete presidencial ucraniano, e coordenada com o Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, liderado por David Shimer.
Trump e Biden divergem: o que está em jogo?
Enquanto Biden busca manter a Ucrânia equipada para resistir no campo de batalha, o presidente eleito Donald Trump expressa preocupação com as estratégias adotadas. Em entrevista à Time Magazine, Trump afirmou discordar "veementemente" da decisão do governo Biden de permitir que armas fornecidas pelos EUA sejam usadas em ataques dentro da Rússia.
"Estamos apenas intensificando esta guerra e piorando-a", criticou Trump, durante a conversa divulgada nesta quinta-feira (12). Ele também mencionou que sua abordagem futura incluirá esforços para pressionar por negociações de paz, condicionando o envio contínuo de ajuda militar à disposição da Ucrânia para dialogar com a Rússia.
Além disso, Trump e sua equipe, incluindo Mike Waltz, seu indicado para conselheiro de segurança nacional, têm analisado propostas que incluem concessões territoriais à Rússia em troca de adesão da Ucrânia à OTAN.
Desafios para a Ucrânia
Embora o apoio militar continue sendo fundamental, o governo Biden avalia que o maior obstáculo enfrentado pela Ucrânia é a falta de mão de obra. O alto funcionário americano revelou que o país não tem mobilizado nem treinado soldados em número suficiente para sustentar as operações de linha de frente.
Os EUA se comprometeram a ajudar no treinamento de tropas, desde que a Ucrânia decida mobilizar mais recrutas e enviá-los para treinamentos fora do território ucraniano. Segundo o funcionário, esse é um esforço para garantir que Kiev esteja em uma posição estratégica mais favorável em 2025.
Apesar da iniciativa acelerada de envio de armamentos, o Pentágono pode não utilizar todo o montante restante de US$ 7 bilhões destinado à Ucrânia. Isso se deve às limitações na reposição de seus próprios estoques militares, conforme reportado pela CNN.
Enquanto isso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky continua otimista. Após se encontrar com Trump e o presidente francês Emmanuel Macron em Paris, Zelensky declarou que deseja trabalhar diretamente com Trump e acredita que a guerra pode terminar "mais rápido" sob sua liderança.
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