O governo Jair Bolsonaro e a campanha à reeleição do presidente buscaram minimizar os atos em defesa da democracia pelo País nesta quinta-feira, dia 11. O presidente, ministros e coordenadores de campanha traçaram a estratégia de colar a iniciativa à oposição e trataram o ato realizado na Faculdade de Direito da USP como algo menor. Bolsonaro optou, por enquanto, por ignorar o tema em público, depois de dizer que não assinaria a "cartinha".
Nos bastidores, porém, ministros do Palácio do Planalto admitiram desconforto com os atos e já vinham reclamando que todos se identificavam como democratas e que nenhuma ruptura seria positiva para o País. A inciativa apoiada pelo empresariado, com entrada da FEBRABAN e da Fiesp na articulação de uma carta com 107 adesões, foi a que mais incomodou o Planalto.
Apesar da presença de atores políticos e sociais de todo o espectro ideológico, a avaliação interna do comitê bolsonarista é que as manifestações não vão impactar a decisão de voto e devem ser tratadas como protesto restrito a opositores e, de forma disfarçada, em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT. Os gritos de "fora, Bolsonaro", em São Paulo, deram munição à resposta governista.
Como reação, os bolsonaristas procuraram maneiras de pronunciar divulgando uma pauta positiva para o governo e opondo os atos em favor da democracia e respeito ao sistema eleitoral eletrônico, que Bolsonaro tenta desacreditar, a medidas de impacto direto no bolso dos eleitores.
"Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobrás reduziu, mais uma vez, o preço do diesel", escreveu o presidente nas redes sociais, após meses de alta nos combustíveis, que elevaram a inflação. "A redução representa queda de R$ 0,22 por litro. O presente mês acumula redução de R$ 0,42 por litro de diesel. Já estamos entre os países com o menor preço médio de combustíveis do mundo, no cenário atual", comparou Bolsonaro.
Também com ironia, o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) adotaram a mesma linha e disseram que a verdadeira carta da democracia brasileira é a Constituição Federal. "Essa é a carta que o povo brasileiro exige de um presidente da República", disse o senador, divulgando a queda no preço da gasolina e do diesel.
"Carta ao Povo Brasileiro: estamos escrevendo a Carta que muda o Brasil para melhor. Combustível mais barato, redução do preço do diesel! Deflação, aumento do emprego! Economia forte, Democracia forte! Parabéns Democrata Jair Bolsonaro!", reagiu o titular da Casa Civil. "A Democracia não pertence a ninguém. A Democracia é de TODOS NÓS! A Democracia, inclusive, é o que deveria existir mais em países como Venezuela e Cuba, que alguns 'democratas' no Brasil apoiam."
Os bolsonaristas também defendem que a reação aos atos de hoje ocorrerá no Sete de Setembro, quando o presidente convocou seus militantes para irem às ruas "pela última vez" dar recados a "surdos de capa preta" - referência a ministros do Supremo Tribunal Federal. Ele já afirmou que militares das Forças Armadas e policiais militares estarão ao lado dos seus apoiadores.
Ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral em São Paulo
Foto: Felipe Rau / Estadão
Ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral em São Paulo
Foto: Felipe Rau / Estadão
Ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral em São Paulo
Foto: Felipe Rau / Estadão
Ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral em São Paulo
Foto: Kevin David / Estadão
Ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral em São Paulo
Foto: Kevin David / Estadão
Ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral em São Paulo
Foto: Leco Viana / Estadão
Ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral em Porto Alegre
Foto: Evandro Leal / Estadão
Ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral em Porto Alegre
Foto: Evandro Leal / Estadão
Ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral em Campinas
Foto: Denny Cesare / Estadão
Ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral em São Paulo
Foto: Suamy Beydoun / Estadão
O jornalista Chico Pinheiro (e) e a cantora Daniela Mercury participam do ato em defesa da democracia realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, centro de São Paulo
Foto: BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Manifestantes participam de ato em defesa da democracia em frente ao prédio da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, no centro de São Paulo
Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Ato em defesa da democracia na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, no centro de São Paulo, nesta quinta-feira, 11 de agosto de 2022. Movimentos sociais e sindicais realizam atos em defesa da democracia e de eleições livres nesta quinta-feira, 11, em todo o País. Ao todo, mais de 65 manifestações são esperadas nas capitais e em algumas cidades do interior. Essas mobilizações têm como objetivo se somar à leitura pública da "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito". O documento já havia recebido mais de 900 mil adesões até o início desta quinta e conta com a assinatura de juristas, intelectuais, artistas, centrais sindicais e empresários em defesa da democracia
Foto: KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Manifestantes participam de ato em defesa da democracia em frente ao prédio da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, no centro de São Paulo
Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Ativista se fantasia de urna eletrônica durante ato em defesa da democracia na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, no centro de São Paulo
Foto: KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Manifestantes participam de ato em defesa da democracia em frente ao prédio da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, no centro de São Paulo
Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Manifestantes participam de ato em defesa da democracia em frente ao prédio da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, no centro de São Paulo
Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Atos pelo Brasil marcam leitura da carta em defesa da democracia e das eleições. Documento elaborado pela Faculdade de Direito da USP foi lido em Porto Alegre, às 11h, no campus central da UFRGS
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Professores, estudantes e integrantes de movimentos sociais participam da leitura de carta à democracia, na Faculdade de Direito do Recife, no centro da cidade
Foto: JOãO CARLOS MAZELLA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Manifestantes participam de ato em defesa da democracia na cidade do Recife, em Pernambuco
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Corpo docente da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e diferentes associações realizam a leitura da "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do estado democrático de direito" simultaneamente com diversas universidades do Rio de Janeiro e do Brasil
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Manifestante exibe bandeira do Brasil em ato em defesa da democracia na cidade do Recife, em Pernambuco
Foto: PAULO FONSECA/ONZEX PRESS E IMAGENS/ESTADÃO CONTEÚDO