Governo Milei: inflação na Argentina atinge 2,7% em outubro; alta em 12 meses é de 193%
A inflação da Argentina atingiu o valor de 2,7% em outubro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado nesta terça-feira (12) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país. Esta variação é o é o menor resultado mensal desde novembro de 2021.
Ao tomar em dezembro de 2023, o ultraliberal Javier Milei pôs em prática medidas austeras, incluindo a paralisação de obras federais e a retirada de subsídios de serviços essenciais como água, gás, luz e transporte público. Essas ações foram tomadas para estabilizar a economia, mas resultaram em um aumento nos preços para o consumidor final.
Como a política de Milei afeta a inflação na Argentina?
Em outubro de 2024, a inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 193%, uma queda em relação aos 209% registrados em setembro. Ainda assim, a inflação continua a impactar severamente o poder de compra dos argentinos.
O setor que mais contribuiu para essa alta recente inclui Habitação, Água, Eletricidade, Gás e Outros Combustíveis, com um aumento de 5,4% em outubro. Outros setores que também sofreram com a inflação são Roupas e Calçados (4,4%), Restaurantes e Hotéis (4,3%) e Saúde (3,6%).
Consequências sociais e econômicas
O aumento contínuo dos preços e os cortes nos subsídios estatais afetaram diretamente os argentinos, que já enfrentam dificuldades financeiras. O salário mínimo de 271,5 mil pesos (aproximadamente US$ 278,3) tornou-se insuficiente para acompanhar a inflação, resultando em um aumento significativo dos índices de pobreza.
Atualmente, 52,9% da população, ou aproximadamente 15,7 milhões de pessoas, vivem abaixo da linha da pobreza, conforme o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec).
Inflação e pobreza na Argentina
A inflação desacelerou, dos 25,5% registrados em dezembro aos 2,7% calculados em outubro. Parte da queda no índice tem sido atribuída à diminuição de potencial de consumo entre os argentinos, além de medidas para redução de impressão de dinheiro.
Contudo, os analistas econômicos estão cautelosos em relação ao futuro da economia argentina. Embora se espere que a inflação desacelere para 3,5% em outubro, o desafio de estabilizar os preços e fortalecer as reservas internacionais persiste. Para 2024, as expectativas são de que a inflação acumulada atinja 124%, testando ainda mais a capacidade do governo de alcançar estabilidade econômica.
Em entrevista ao g1, Federico Servideo, diretor-presidente da Câmara de Comércio Argentino Brasileira de São Paulo, afirma que a inflação tem servido como uma âncora econômica para Milei, "mas parece que, cada vez mais, esse se torna um suporte político".
SE PODRÁN CONSTITUIR "HIPOTECAS DE BIEN FUTURO" PARA PROYECTOS INMOBILIARIOS
La medida permite fomentar el crédito para impulsar al sector de la construcción y, al mismo tiempo, reducir el déficit habitacional en la Argentina.
Con esta medida se podrá pedir un préstamo… pic.twitter.com/nx5gjkDIhj
— Ministerio de Economía (@MinEconomia_Ar) November 13, 2024