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Gravataí: enchentes de maio tiveram impacto menor que cheias de 2023

Na maior tragédia climática do Estado, Gravataí sofreu menos que outras cidades da região metropolitana e serviu como ponto de ajuda humanitária

3 jul 2024 - 17h27
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A maior tragédia climática que já impactou o Rio Grande do Sul atingiu 478 dos seus 497 municípios. Gravataí foi uma das cidades afetadas, contudo sofreu consideravelmente menos que vizinhas da região metropolitana como São Leopoldo, Canoas e a capital Porto Alegre. No pior momento das cheias, mais de 615 mil pessoas deixaram suas casas em todo Estado. Em São Leopoldo 100 mil pessoas saíram de seus lares, mesmo número de Canoas. Na capital, mais de 127 mil foram atendidas em abrigos. No mesmo momento, Gravataí, ao lado, teve cerca de 2 mil pessoas desalojadas.

Foto: Divulgação / Porto Alegre 24 horas

Com menos impactos, Gravataí se reergueu com agilidade e se colocou à disposição para ajudar a Região Metropolitana. A Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa-RS), instalou suas operações provisoriamente no centro de distribuição da rede de farmácias São João em Gravataí; também na cidade o posto Santo Graal, às margens da Freeway, serviu como rodoviária improvisada para quem precisava ir até Florianópolis e acessar o aeroporto; a Cruz Vermelha e os conselhos federal e regional de enfermagem (Cofen e Coren/RS) também montaram base no município para atender vítimas da maior enchente da história. Mais de 1,7 mil pessoas de outros municípios ficaram em abrigos criados na cidade.

Segundo o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, o município ter cumprido com a obrigação de estar em dia com ações de prevenção o colocou em posição de prestar ajuda.

"Estamos felizes, claro, por nossa cidade ter sido menos afetada, mas isso não é razão para celebrar e, sim, colocar Gravataí à disposição para ajudar o restante do estado e mostrar a importância do investimento em ações de prevenção à tragédias climáticas", disse. Os impactos das cheias em Gravataí foram amenizados porque a cidade aprendeu a lição depois de sofrer com um ciclone extratropical em junho de 2023. Na ocasião, o Rio Gravataí invadiu bairros como Vila Rica, Novo Mundo, Caça e Pesca, Mato Alto e Passo das Canoas. Cerca de 8 mil gravataienses tiveram que deixar suas casas. Abrigos foram abertos pela prefeitura em escolas, igrejas e também em Centros de Tradições Gaúchas. Em algumas casas, a água chegou a dois metros de altura.

Segundo o secretário do Meio Ambiente de Gravataí, Diego Moraes, após as cheias de junho, já foram investidos mais de R$ 15 milhões em ações, como o desassoreamento de arroios e de áreas do Rio Gravataí. Outra iniciativa foi dar andamento ao Plano Diretor de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais (PDDrU), que havia sido requisitado pela prefeitura ainda em janeiro de 2023, antes da cheia. "Começamos a trabalhar com o enfrentamento da situação, mas também planejamento e com a criação do plano de drenagem", coloca.

O projeto do plano prevê um investimento total de mais de R$ 300 milhões, a modernização de toda a rede de drenagem da cidade e ações como o desassoreamento de arroios que chegam ao Rio Gravataí, além da readequação de pontes e pontilhões, delimitação das faixas de Áreas de Preservação Permanente (APPS), entre outras medidas.

Segundo o secretário de Obras Públicas de Gravataí, Guilherme Ósio Jerônimo, o desassoreamento já foi feito em mais de 20 quilômetros de trechos de arroios da cidade. "Nós aprendemos a lição. Nas cheias de meio deste ano, bairros que antes ficavam isolados não estão mais; Casas onde a água entrou dois metros, agora entrou 20 centímetros", destaca.

Porto Alegre 24 horas
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