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Grupo faz abaixo-assinado contra investigação de Israel por denúncia de genocídio em Gaza

Processo foi iniciado pela África do Sul e apuração corre na Corte Internacional de Justiça

19 jan 2024 - 12h15
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Empresários e personalidades brasileiras fizeram um abaixo-assinado contra o apoio do Brasil para investigar Israel por suposto genocídio na Faixa de Gaza. O processo foi iniciado pela África do Sul e a apuração corre na Corte Internacional de Justiça. Outros países da América Latina e da Liga Árabe também apoiaram a resolução sul-africana. A informação é da CNN.

Luiza Trajano, Bruna Lombardi e Fábio Colletti Barbosa
Luiza Trajano, Bruna Lombardi e Fábio Colletti Barbosa
Foto: Divulgação Magazine Luiza / Reprodução / Divulgação / Perfil Brasil

Endereçado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o abaixo-assinado alega que não seja a percepção geral dos brasileiros de que Israel esteja cometendo genocídio, "pelo contrário, reconhecemos que o conflito teve início com um ataque terrorista do Hamas, que declaradamente busca a eliminação de Israel e de seu povo".

O grupo pede que o governo reconsidere a posição e adote uma abordagem "justa e equilibrada". O texto diz ainda: "Enquanto buscamos aliviar o sofrimento em Gaza, é crucial pressionar não apenas Israel, mas especialmente o Hamas, para que cesse o uso de escudos humanos e liberte os reféns. A responsabilidade pela situação deve ser atribuída a todas as partes envolvidas, sem acusações infundadas".

Também é ressaltado que o apoio à investigação pode gerar uma "visão distorcida dos eventos, simplificando uma realidade complexa".

Assinaram a carta nomes como Artur Grynbaum, vice-presidente do conselho do Grupo Boticário; Bruna Lombardi, atriz; Claudio Lottenberg, presidente do conselho da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e da Confederação Israelita do Brasil; Fabio Coelho, presidente do Google Brasil; Fábio Colletti Barbosa, CEO da Natura; Luiza Trajano, presidente do conselho de administração da Magazine Luiza; Roberto Giannetti da Fonseca, economista e empresário; Sergio Zimerman, CEO da rede Petz; Walter Schalka, presidente da Suzano.

Confira o abaixo-assinado na íntegra:

Prezado Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,

Nós, cidadãos preocupados, expressamos nosso descontentamento com a decisão do governo brasileiro de apoiar a ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça. Compreendemos a complexidade da situação em Gaza e o sofrimento da população local. No entanto, é imperativo avaliar todos os aspectos antes de endossar tal iniciativa, principalmente quando se trata da séria acusação de genocídio.

Genocídio, por definição, implica a intenção de exterminar pessoas com base em nacionalidade, raça, religião ou etnia. Não acreditamos que seja sua visão ou a percepção geral dos brasileiros que Israel tenha tal objetivo. Pelo contrário, reconhecemos que o conflito teve início com um ataque terrorista do Hamas, que declaradamente busca a eliminação de Israel e de seu povo.

O Hamas utiliza civis como escudos humanos e mantém reféns inocentes, o que contribui significativamente para a complexidade e gravidade da situação em Gaza. Ao apoiar o pedido da África do Sul, o Brasil pode inadvertidamente reforçar uma visão distorcida dos eventos, simplificando uma realidade complexa.

Instamos, portanto, uma reconsideração desse apoio e a adoção de uma abordagem justa e equilibrada. Enquanto buscamos aliviar o sofrimento em Gaza, é crucial pressionar não apenas Israel, mas especialmente o Hamas, para que cesse o uso de escudos humanos e liberte os reféns. A responsabilidade pela situação deve ser atribuída a todas as partes envolvidas, sem acusações infundadas, como a de genocídio praticado por Israel.

Apelamos por uma atitude que promova a verdade, a justiça e um ambiente propício para negociações de paz duradouras.

Brasil, 15 de janeiro de 2024

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

Perfil Brasil
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