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Guedes minimiza demissões e defende "gastar um pouco mais"

Ao lado de Bolsonaro, ministro afirmou que a economia brasileira é "forte o suficiente" para segurar despesa extra do Auxílio Brasil

22 out 2021 - 16h17
(atualizado às 16h52)
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Ministro da Economia, Paulo Guedes, deixa prédio do ministério em Brasília
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Economia, Paulo Guedes, deixa prédio do ministério em Brasília REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 22, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar de "licença para gastar" mesmo após a reação negativa do mercado, que levou a uma crise no Poder e até a boatos de sua demissão. Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, em uma prova de que permanece firme no governo, Guedes justificou a pressão no teto de gastos e garantiu que a economia brasileira é "forte o suficiente para segurar isso".

Guedes iniciou a coletiva explicando que o plano do governo era reajustar o Bolsa Família tendo a reforma do Imposto de Renda como fonte, mas a matéria 'empacou' no Senado; além disso, a questão dos precatórios diminuiu ainda mais o que o governo pensou que poderia contar no orçamento. "Chegou o que eu chamei de 'meteoro', tínhamos que pagar muito mais do que estava previsto e daí foi preciso tomar uma decisão. Íamos inviabilizar o programa social? Não. Fomos conversar com o Congresso e elaboramos a PEC dos precatórios, que permite a grandes devedores ajudar o Brasil", explicou.

Até os efeitos da PEC - que ainda tramita no Congresso - trazerem resultado, Guedes falou que é possível gerar déficit agora e pagar depois. "Não é uma despesa adicional. É gastar um pouco mais agora e pagar depois (...) estamos de olho nos limites, isso não é uma libertação, falta de compromisso, sair ou rever o teto, não é isso o que está acontecendo. O programa é temporário, a arrecadação subiu muito e podemos usar esses recursos no futuro".

"Eu detesto furar o teto, não gosto de furar o teto, mas não estamos aqui só para tirar [nota] 10 no fiscal", acrescentou.

Segundo o ministro da Economia, esse gasto extra "não altera o fundamento fiscal da economia brasileira". "Os fundamentos são sólidos; o que vamos fazer é reduzir o ritmo do ajuste fiscal, ou seja, ao invés de zerarmos o déficit ano que vem, nós teremos déficit de 1% ou 1,5%; não faz mal. Preferimos isso a não atender aos mais frágeis", pontuou. "A economia brasileira é forte suficiente para segurar isso. Eu seguro isso, não tenho problema com isso".

O ministro atribuiu ainda à "falta de comunicação" o "barulho" que gerou na mídia e nos mercados suas falas sobre o teto de gastos. "Falta de comunicação do nosso lado e certa falta de boa vontade e tolerância conosco", detalhou.

Paulo Guedes afirmou também que "deve haver uma linha do meio" entre austeridade e compromisso com as futuras gerações. "Nós entendemos que o teto é símbolo de austeridade, mas não vamos deixar que milhões passem fome para tirar [nota] 10 em austeridade fiscal". Ele acrescentou ainda que, pela ala política, o Auxílio Brasil seria de R$ 500 ou R$ 600. “Aí não dá, tem limites", respondeu.

Demissões

Paulo Guedes comentou ainda a ‘debandada’ em sua equipe após as declarações sobre “licença para gastar” acima do teto. O ministro considerou as demissões como “natural”. Pedidam exoneração o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, sua adjunta, Gildenora Dantas,  o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e seu adjunto, Rafael Araujo.

“Um [que saiu] era do Tesouro, o outro da Fazenda. Eles queriam R$ 300 [para o auxílio] e a ala política queria mais", explicou.

O ministro colocou ainda um fim aos rumores de que ele próprio deixaria o cargo. "Eu não pedi demissão e em nenhum momento o presidente sugeriu coisa parecida", concluiu.

Fonte: Redação Terra
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