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Guilherme Mazieiro

A gente não age com emoção, diz chefe da PF sobre não ter prendido Braga Netto

Investigação aponta general como um dos principais articuladores do plano de assassinato de Lula e da trama golpista liderada por Bolsonaro

4 dez 2024 - 12h56
(atualizado às 12h58)
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Andrei Rodrigues participou de café da manhã com jornalistas nesta quarta-feira, 4, em Brasília
Andrei Rodrigues participou de café da manhã com jornalistas nesta quarta-feira, 4, em Brasília
Foto: Guilherme Mazieiro/Terra

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse que a corporação não prendeu o ex-ministro da Casa Civil e Defesa general, Braga Netto (PL), porque a investigação não age com “emoção”. A PF identificou que o general era um dos principais articuladores do plano de assassinato de Lula (PT) e da trama golpista liderada por Jair Bolsonaro (PL).

“A gente não age com emoção, por deleite, por vontade individual. A agente age com a Constituição e com a lei. É importante reler a representação [da Polícia Federal]. Ali estão os fundamentos técnicos e jurídicos para as prisões e na leitura da investigação, não eram aplicáveis a este cidadão”, disse Rodrigues.

Um grupo de militares foi preso na última semana de novembro, envolvidos em um plano para matar a chapa eleita em 2022, Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.

A PF concluiu que o plano foi coordenado pelo general Mario Fernandes e debatido na casa de Braga Netto, que ao final do encontro, o general deu seu aval para a realização da ação.

"O núcleo de militares com formação em forças especiais do Exército, os denominados 'FE', realizaram um encontro no dia 12 de novembro de 2022, na residência do general Braga Netto, para apresentar o planejamento das ações clandestinas com o objetivo de dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário. A reunião contou com o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, o Major Rafael de Oliveira e o Tenente-Coronel Ferreira Lima, oportunidade em que o planejamento foi apresentado e aprovado pelo General Braga Netto", informou o relatório da PF.

Braga Netto e Bolsonaro negam que tenha cometido crimes e chama o indiciamento de “narrativa”.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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