Brasileiros relatam terror por não poderem deixar Gaza mesmo após abertura das fronteiras
Itamaraty informou que cerca de 450 pessoas de outras nacionalidades foram autorizadas a deixaram a região pela primeira vez em quase um mês
Estrangeiros que estão na Faixa de Gaza começaram a deixar a região pela primeira vez nesta quarta, 1, desde a escalada do conflito entre o Hamas e Israel, em 7 de outubro. Um grupo de cerca de 450 pessoas foi autorizado a sair do local, nesta primeira lista estão cidadãos da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão, República Tcheca, profissionais da Cruz Vermelha e de ONGs. Não foi autorizada a saída de 34 brasileiros, que continuam sob o terror da guerra.
“Fronteira já está aberta para algumas nacionalidades, menos brasileiros. Eu acredito que o governo federal não está fazendo esforço para tirar a gente daqui. Se a gente não viajar hoje, infelizmente vamos ficar aqui. Terror. A lista já está publicada, menos a de brasileiros, terror”, relatou o palestino naturalizado brasilleiro Hasan Rabee.
Em vídeo enviado na manhã desta quarta à coluna, Rabee disse que as comunicações estão limitadas em Gaza e ele está usando um chip de internet do Brasil. Ele está em Khan Younis, cidade ao Sul de Gaza e vem relatando aos veículos de imprensa do Brasil as dificuldades da vida em Gaza sob ataques aéreos de Israel.
A saída de Gaza foi autorizada após um acordo mediado pelo Catar com Israel, Egito e o Hamas. O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, afirmou que o governo trabalha para a retirada de Gaza e que “novas listas serão publicadas em breve e nossos brasileiros devem estar nelas”.
O Itamaraty informou, em nota, que nesta quarta, a Representação Brasileira em Ramala resgatou 33 pessoas de 12 famílias na Cisjordânia, território palestino separado fisicamente da Faixa de Gaza. Os veículos utilizados foram identificados com a bandeira do Brasil e informações sobre as placas, trajetos e listas de passageiros foram informados às autoridades da Palestina e de Israel.
Com esse novo voo de repatriados, a operação de resgate organizada pelo governo Lula (PT) chegará a 1.446 pessoas retiradas de Israel e da Cisjordânia. Uma aeronave da Presidência está em Roma há três semanas aguardando autorização para saída das famílias de Gaza e o retorno ao Brasil.