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Guilherme Mazieiro

Combate ao crime organizado será com inteligência e controle dos portos, diz comandante da Marinha

O almirante de esquadra Marcos Olsen disse que haverá fiscalização e operações dentro dos portos para apreender armas e droga

2 nov 2023 - 05h00
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Lula durante anúncio de operação de segurança integrada, comandante da Marinha (de branco) acompanha evento no Planalto
Lula durante anúncio de operação de segurança integrada, comandante da Marinha (de branco) acompanha evento no Planalto
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência

O comandante da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, disse em entrevista à coluna que o uso de informações de inteligência integradas somado às fiscalizações e operações dentro dos portos serão o principal ativo para a Marinha cumprir as ordens do presidente Lula (PT) de combate ao crime organizado até maio de 2024.

“Vamos contar muito com dados de inteligência sobre embarcações, monitorando desde antes de chegarem ao porto, características, origem, destino. A GLO assegura a estrutura adequada de comando e controle para atuação da Marinha”, afirmou Olsen.

Na prática, a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) assinada por Lula nesta quarta, 1º, dá a Marinha controle operacional sobre três portos: Rio de Janeiro, Santos (SP) e Itaguaí (RJ).

Para exemplificar, a atuação da Marinha sem a GLO fica restrita à fiscalização e ao monitoramento de embarcações nas vias navegáveis e de acesso aos portos, com apoio de inteligência, logística e comunicação. Se uma embarcação atracar no porto, há um impedimento para que os militares deem continuidade às ações ou acompanhamento. Com a GLO, os marinheiros podem transitar e operar em toda área do porto.

“Aliado às informações de inteligência complementares de órgãos do Brasil e do exterior teremos emprego de tropas de fuzileiros navais para fiscalização de entrada e saída de cargas”, disse Olsen.

Ele avaliou que a GLO dá segurança jurídica para os militares para além da atuação em fiscalização e revistas de cargas, como também em eventuais situações de confronto armado.

Olsen disse que o comando das ações integradas da Polícia Federal e demais órgãos de segurança estaduais nos portos ficará sob responsabilidade da Marinha.

Ao todo serão utilizados 3,7 mil militares, sendo 2 mil do Exército, 1,1 mil da Marinha e 600 da Aeronáutica.

Além do controle dos portos, a Marinha ampliará a atuação, em ação conjunta com a PF na Baía de Guanabara (RJ), Baía de Sepetiba (RJ), nos acessos marítimos ao Porto de Santos e ao Lago de Itaipu.

Perguntado se a operação que dá poder aos militares melhora a relação política das Forças Armadas com Lula, disse que não vê mudança, porque a relação sempre foi boa e sem atritos. 

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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