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Guilherme Mazieiro

Em meio a alta do dólar, Haddad diz que câmbio é flutuante e vai se acomodar

Ministro se reunirá com presidente do Senado nesta tarde para ajustar e tentar aprovar pacote fiscal até sexta, 20.

18 dez 2024 - 12h58
(atualizado às 13h03)
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Ministério da Fazenda liderado por Haddad não deu detalhes sobre como pretende encerrar a isenção de tributação dos dividendos
Ministério da Fazenda liderado por Haddad não deu detalhes sobre como pretende encerrar a isenção de tributação dos dividendos
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Em meio aos aumentos sucessivos do dólar, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta, 18, que a valorização da moeda se dá por questões pendentes em discussão no Congresso e acredita que ela irá se acomodar. O governo Lula (PT) corre contra o tempo para conseguir aprovar nesta semana o pacote fiscal na Câmara e no Senado e o Orçamento de 2025. Durante a tarde, Haddad se reunirá com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para tratar dessas pautas.

“Temos câmbio flutuante que neste momento, em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que vai fazer o câmbio flutuar. Mas acredito que vai se acomodar", disse Haddad por volta de 12h30, quando a moeda operava em alta, próximo a R$ 6,18.

"Sobretudo, tenho conversado muito com as instituições financeiras, previsão de inflação para o ano que vem, de câmbio. Até aqui, nas conversas com grandes instituições, as previsões são melhores do que as que os epeculadores estão fazendo”, prosseguiu o ministro.

Questionado sobre a possibilidade de ataques especulativos para elevar o dólar, Haddad disse que pode estar havendo, mas prefere trabalhar com os fundamentos, mostrando a consistência das medidas que estão adotando.

"Enfim, o câmbio flutua, o Banco Central tem intervido, o Tesouro passou a atuar também na recompra de títulos. Vamos continuar acompanhando até estabilizar", disse Haddad.

O governo enviou um pacote de medidas para tentar economizar até R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026 e R$ 327 bilhões até 2030 com revisão de gastos sociais, limitação para o aumento do salário mínimo e reforma da aposentadoria de militares.

A Câmara votou nesta terça, 17, a primeira parte do pacote fiscal e deve continuar a análise de mais um projeto de lei e de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) nesta quarta, após sessão do Congresso que discute o Orçamento de 2025.

"Estamos fazendo nossa parte, que é mandar as medidas [de ajuste fiscal] e garantir que não sejam desidratadas, concenvendo as pessoas de que são medidas necessárias para reforçar o arcabouço fiscal", disse o ministro.

Novos ajustes

Questionado por jornalistas se será necessário fazer novos ajustes nas contas, ano que vem, Haddad disse que pacote enviado não é um "trabalho que se encerra".

"Vamos acompanhar e fazer avaliação do que foi aprovado. Perdemos R$ 45 bilhões de arrecadação com a [desoneração da] folha e o Perse, uma parte disso vai ser reposta ano que vem, mas não tudo. Vamos ter que encontrar uma fonte de financiamento para isso, para atender uma decisão unânime do Supremo”, disse Haddad. 

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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