Em meio a articulações de reforma ministerial, Lira é cotado para integrar governo
Lira tem dito a aliados que não foi procurado para tratar do assunto.
Em meio às negociações para promover uma reforma ministerial no governo Lula (PT) e contemplar mais partidos no centrão na Esplanada, um dos cenários discutidos é a possibilidade de levar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a pasta da Agricultura. O alagoano deixará o comando da Casa no próximo sábado, 1º de fevereiro, com a nova eleição da Mesa.
A aliados, Lira nega que tenha recebido convite ou sondagens para o posto de ministro. Até o final do ano, em conversas com lideranças da Câmara, o deputado dizia que sua preocupação estava em fazer um sucessor e fazia mistério sobre seu futuro político. O nome praticamente certo para substituir Lira na Presidência da Casa é o de Hugo Motta (Republicanos-PB), cuja articulação foi apoiada e conduzida por Lira.
O ministério da Agricultura, atualmente, é comandado pelo senador licenciado Carlos Fávaro (PSD-MT). Integrantes do partido presidido por Gilberto Kassab (PSD) cobram mais espaço na Esplanada como compensação pela ajuda e suporte que dão em pautas e articulações do governo. O PSD ocupa também os ministérios da Pesca, com André de Paula, e Minas e Energia, com Alexandre Silveira.
Na reestruturação pensada no Congresso, a sigla almeja pastas com mais entregas e visibilidade, e tem interesse em trocar a Pesca pelo Turismo, comandado por Celso Sabino (União-PA).
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo nesta quarta, 29, o ministro responsável pela articulação política com o Congresso, Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), não descartou a possibilidade de Lira integrar o governo.
“Tanto o Lira quanto o presidente [do Senado] Rodrigo Pacheco (PSD-MG) serem cotados para vir para o governo, é um sintoma de retomada das relações funcionais. Os dois têm credenciais políticas para assumir outros papéis da República, inclusive no governo”, disse Padilha à Folha.
Na visão de alguns governistas, a ida de Lira à Esplanada, além de ajudar a melhorar a relação com o agronegócio, grupo mais alinhado à oposição, tiraria de cena um possível articulador com potencial de causar dificuldades para o governo no Congresso.